Política: lugar de mulher

Política: lugar de mulher

Isso também é “lugar de fala”

Franciane Bayer

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Não se discute mais que, de fato, “lugar de mulher é onde ela quiser”. O que ainda precisa ser dito é que esta deve ser mais do que uma mera frase de efeito. Deve ser mais – principalmente – do que um bordão ideológico proferido por quem, na verdade, quer instrumentalizar a presença feminina nos espaços de decisão. Falo daquelas pessoas (mulheres e também homens) que dizem defender a liberdade feminina, mas não toleram que mulheres decidam, por exemplo, ser mães, esposas e cristãs.

Eu, por exemplo, não sou política, estou na política e, através dela, procuro servir ao próximo. Mas, sobretudo, sou mãe, esposa e cristã. E, por isso, além de não ser defendida por quem diz acreditar que lugar de mulher é onde ela quiser, sou também atacada por essa turma. E isso me motiva a defender a verdadeira atuação feminina na política. Uma atuação plena, de todas as mulheres, não apenas daquelas que queiram dedicar-se exclusivamente à política.

Assim como no mercado de trabalho, é bom haver mulheres com foco exclusivo na política. Mulheres que optaram por deixar questões familiares de lado por um momento (ou definitivamente) em nome dessa dedicação. O problema é que quem milita pela participação feminina se esquece de que esse tipo de mulher é a minoria. A maioria das mulheres que querem atuar profissional ou politicamente também tem preocupações com seu lar, com seu marido e com seus filhos. É ótimo que todas estas mulheres participem.

Somente assim, com mães e esposas políticas e trabalhadoras, encontraremos soluções plenas para os milhões de mulheres que sofrem todos os dias Brasil afora com problemas de emprego, segurança, logística, educação, etc. Por exemplo: somente mães que já tiveram de optar entre trabalhar longe ou cuidar de um filho ou de um idoso doente saberão encontrar soluções para que mulheres trabalhem mais próximo de casa e contem com uma verdadeira rede de apoio público. Isso também é “lugar de fala”. Isso também é “empoderamento”. De mulheres de verdade, para além da militância.


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