Por mais mulheres na vida pública

Por mais mulheres na vida pública

Por Lourdes Sprenger*

Lourdes Sprenger

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A cada 8 de março celebramos o Dia Internacional da Mulher na esperança de reafirmar novas conquistas. Mesmo com o voto feminino a partir de 1932, a política ainda é um ambiente predominantemente masculino. Iniciativas de apoio a candidaturas femininas, nos últimos anos, colaboraram para aumentar a representatividade, mas ainda há um déficit democrático, como se percebe na reserva de vagas, lei das cotas de candidaturas femininas, financiamento proporcional, recursos menores, espaços diferenciados na propaganda partidária, ações de campanha e no preconceito. O modelo atual ainda impede o avanço dos direitos das mulheres nos espaços de poder.

O resultado das urnas em 2018 apurou que na Câmara dos Deputados, a bancada feminina tem 77 deputadas federais, entre 513 parlamentares. No Senado, apenas 13 senadoras para 81 vagas. Nas assembleias legislativas, 161 deputadas, entre 1790 do total. No pleito de 2020, elegeram-se 9 mil vereadoras, entre 47,3 mil candidaturas. Porto Alegre tem, proporcionalmente, entre as capitais, o maior número de vereadoras, totalizando 11 mulheres. O país só teve uma presidente e, na campanha eleitoral deste ano, há apenas uma pré-candidata ao cargo.

As mulheres conquistaram vários espaços, mas para postos de liderança ainda há barreiras. Levantamento feito em 486 empresas mostra que apenas 3,5% CEOs são mulheres. A baixa representatividade se verifica também em cargos de diretoria. Na política, não basta votar e ser votada. A exclusão histórica repercute nas instâncias pública e privada. Almejamos mudanças reais, de inclusão, com mais representantes comprometidas com a construção de um mundo melhor, sem violência e sem preconceito de gênero, para todos e todas.

Vereadora de Porto Alegre*


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