Quando a solidariedade é nossa chance de cura

Quando a solidariedade é nossa chance de cura

Por Beto Albuquerque*

Beto Albuquerque

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Pietro foi diagnosticado com leucemia e recebemos a notícia que ele precisava de um transplante de medula, éramos somente 750 mil doadores cadastrados no Brasil. Precisávamos de um doador compatível com ele e a solidariedade das pessoas era a nossa chance de cura. Durante nossa luta, como deputado federal, apresentei o projeto de lei para instituir a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. O Pietro não encontrou um doador e faleceu em 2009. Um dia após a sua perda, foi sancionada a Lei que instituiu a semana entre os dias 14 e 21 de dezembro para ações de conscientização e mobilização. A luta pela vida não podia parar. Nestes anos sem o Pietro avançamos muito, quebrando a barreira da desinformação que ainda impedia muita gente de tomar a iniciativa de realizar este ato de solidariedade a quem precisa de ajuda para continuar vivendo. Hoje somos mais de 5,4 milhões de pessoas cadastradas no banco de doadores. E a cada novo cadastro, o coração de quem espera se enche de esperança.

Um doador compatível é quase um alfinete no palheiro, pode existir um em cada 100 mil pessoas cadastradas. Por isso, a luta é diária para buscar mais doadores. Como pai que perdeu um filho não posso entender a decisão do Ministério da Saúde que limitou a solidariedade ao restringir o número de cadastros/ano do Brasil, de 300 mil para 149 mil, e a idade máxima para se cadastrar, de 55 anos para 34 anos e 11 meses. Aqui no RS, que antes podíamos cadastrar 21 mil pessoas/ano, hoje são apenas 6 mil candidatos/ano à doação.

Nesta terça-feira encerramos a XIII Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea, que neste ano contou com a parceria da OAB/RS e do Hemocentro. Se a solidariedade passou a ter limite, a esperança é infinita e se renova. A semana encerrou, mas a nossa luta e a busca de quem precisa de um doador compatível segue. Por isso, não espere a notícia de que alguém próximo precisa de transplante para ser solidário. Tornar-se um candidato a doação é muito simples: basta procurar o Hemocentro mais próximo. A solidariedade cura. A solidariedade salva vidas!

Presidente do Instituto Pietro-Doe Medula*


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