Revanche e castigo

Revanche e castigo

Os resultados alcançados são fantásticos e a demanda por novas migrações para o modelo cívico-militar não para de crescer.

Deputado Federal Zucco

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Não vou simular surpresa com a decisão do governo federal de acabar com o Programa das Escolas Cívico-Militares. Apesar disso, reconheço que desejei que algum lampejo de bom senso pudesse se revelar nesse desgoverno. Mas não aconteceu. Até o mínimo era esperar demais. Por qualquer aspecto que se examine, as escolas cívico-militares têm resultados extraordinários. Elas trouxeram inúmeros benefícios para alunos, pais e mães, professores, direção escolar e comunidade. É algo tão evidente e tão incontestável que a imensa maioria dos governadores se apressou em garantir que seus modelos estaduais serão mantidos independente da sabotagem ao modelo federal. Aqui no Estado não foi diferente.

O governador Eduardo Leite, publicitando o compromisso assumido anteriormente com a participação do vice-governador Gabriel Souza, assegurou que nada muda em nosso modelo. Apesar disso, a batalha que temos pela frente é para que as escolas gaúchas do modelo federal sejam absorvidas no modelo gaúcho, que permanece sólido. Aliás, sou o autor da Lei Estadual 15.401/2019, que criou um formato próprio de escola cívico-militar, cuja adesão se dá por meio de consulta pública junto à comunidade escolar e utiliza policiais militares da reserva como monitores. Os resultados alcançados são fantásticos e a demanda por novas migrações para o modelo cívico-militar não para de crescer.

São pais e mães que viram a mudança de atitude de seus filhos em casa. Professores e direção surpresos com a transformação, que o estímulo a valores cívicos fez no ambiente escolar e no desempenho dos alunos. Não há interferência no conteúdo nem doutrinação.

O que as escolas cívico-militares fazem é reintroduzir a valorização de virtudes cívicas de respeito, fraternidade, responsabilidade, disciplina. O resultado é um ambiente escolar que favorece o aprendizado justamente em escolas com baixo Ideb e vulnerabilidade social. É essa oportunidade transformadora que está sendo retirada dos mais carentes. Desprezar tudo isso comprova que o desejo de vingança é cego a qualquer razão. Da minha parte, não vou descansar até que todas essas escolas sejam resgatadas aqui no Estado.


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