Senador Côrtes
Por: Antônio Carlos Côrtes*
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Em nosso continental Brasil existe o município de Senador Côrtes. A origem remonta ao período áureo da indústria do café na Zona da Mata e Cordilheiras Mineiras. Consta na história que havia estalagem local em que tropeiros pernoitavam. Era fato recorrente na época que algumas famílias gostassem do lugar e ali se estabeleciam dando lugar a uma vila, como foi o caso, cujo nome original era São Sebastião do Monte Verde.
O chamamento Senador Côrtes foi homenagem ao seu mais ilustre filho, o senador Agostinho Cesário de Figueiredo Côrtes, caridoso médico comunitário na região e fundador da Santa Casa de Misericórdia de Mar de Espanha. A emancipação foi idealizada e negociada por outro filho da terra, Antônio de Souza Rabelo, e ocorreu em 1º de março de 1963 após longas negociações. A economia do município tinha por base a agropecuária, principalmente a pecuária leiteira, bem como indústria de confecções.
Marco na história do município foi conclusão da via asfáltica que proporcionou facilidades no escoamento da safra agrícola, além de permitir o desenvolvimento econômico. Senador Côrtes é marcado por sua população simples e hospitaleira como o povo do Rio Grande do Sul, sendo o turismo rural atrativo especial. O município possui bela cachoeira além de estradas secundárias propícias à prática de trilhas com motos e carros de tração nas quatro rodas. Algumas festas tradicionais atraem pessoas de toda a região como a exposição agropecuária, realizada entre a segunda e terceira semana de junho, a festa da primavera, que ocorre na última semana de setembro, além das festas religiosas.
Não por acaso no Rio Grande do Sul, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes – filho ilustre de Santana do Livramento foi dos seus mais legítimos representantes em todos os sentidos, principalmente como folclorista. O escriba que assina estas linhas ficou emocionado quando a certo tempo viu uma das homenagens mais bonitas prestadas em vida a uma pessoa. Paixão foi lá na terra beber água no Batuva e dar olhada em Palomas e viu por toda cidade faixas “Santana é toda Paixão”.
O leitor pergunta: o escriba é parente destes Côrtes? Respondo: Não que eu saiba. Meu avô paterno, Hermenegildo, nasceu em Bagé. Mas o nome Côrtes me orgulha quando recebo homenagens por ser um dos fundadores do Grupo Palmares, que comemora meio século na luta da cultura negra. Ornando tudo isto a Sociedade Floresta Aurora, mais antiga sociedade negra do Brasil, também comemora jubileu de 150 anos.
*Advogado, Radialista, Psicanalista e Escritor
