Tristeza, por favor vá embora!

Tristeza, por favor vá embora!

Por Miki Breier*

Correio do Povo

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Mais importante do que nos trazer a primavera, o mês de setembro é marcado pela prevenção ao suicídio. A campanha da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina, se dá, infelizmente, pelos altos índices desse ato: são 13 mil por ano no Brasil. Em muitos casos, essas pessoas não querem acabar com a própria vida e, sim, dar um basta no sofrimento e na dor que sentem. Sem enxergar solução, abreviar a existência passa a ser uma alternativa.

A nova realidade trazida pela pandemia agrava ainda mais essa situação. Está nos dados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 19 milhões de brasileiros sofrem com transtorno de ansiedade. Entre os jovens, um em cada quatro está com sintomas de depressão em todo o globo. Saudade, medo, solidão e outros motivos de tristeza profunda nos fizeram enfrentar dificuldades até então desconhecidas externa e internamente. Os versos do samba "Tristeza", de Haroldo Lobo e Niltinho, revelam de forma poética o quanto esse sentimento pode acarretar distúrbios irreparáveis.

“Tristeza, por favor vá embora
Minha alma que chora 
está vendo o meu fim
Fez do meu coração
a sua moradia
Já é demais o meu penar
Quero voltar àquela vida 
de alegria
Quero de novo cantar”

Precisamos compreender a vida em sua totalidade, com limites e avanços. Em cada conquista, há algo a ser melhorado. Em cada dificuldade, há um aprendizado. A campanha Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio não pode se limitar a este mês. É uma batalha diária a ser enfrentada por todos nós. Perceber sinais, ser solidário e dar atenção ao próximo é o básico que podemos fazer para ajudar quem está em sofrimento. Toda ajuda é válida para que se vislumbre luz no horizonte e que a alma não chore ao ver chegando o seu fim.

*Prefeito de Cachoeirinha


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