Um novo olhar sobre os viadutos da cidade

Um novo olhar sobre os viadutos da cidade

Os viadutos são estruturas plurais dentro do mobiliário urbano.

Marcos Felipi

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Os viadutos são estruturas plurais dentro do mobiliário urbano. Não pertencem a bairros, pertencem ao todo e a todos que passam. Mas também possuem características que facilitam o vandalismo e a insegurança. Por isso, de um ano e meio para cá, passamos a ter um novo olhar sobre estas estruturas. Aliás, são três formas: a primeira é a adoção pela iniciativa privada. A segunda é fomentar a adoção por parte do comércio local já estabelecido nos espaços. E, quando não há essa possibilidade, a intervenção é feita inteiramente pelo poder público, num processo que vai dos pequenos reparos ao embelezamento com grafite temático.

E este último é o modelo que usamos no viaduto da avenida Teresópolis, a mais recente entrega. Os elementos da zona sul, como o Guaíba, o pôr do sol, chimarrão e a natureza típica, estão estampados em um grafite que dão as boas-vindas a quem acessa a região.

E foi assim que o viaduto Jayme Caetano Braun, na Nilo Peçanha, também virou uma grande obra de arte a céu aberto. Hoje, um dos principais nomes da cultura gaúcha não apenas dá nome à estrutura, mas também está estampado em grandes painéis grafitados e com QR Code que dá acesso a uma playlist com poesias do artista.

Esses dois exemplos são a continuação de um projeto piloto de 2021, quando a prefeitura fez parceria com a dupla GreNal e com uma loja de materiais de construção para grafitar alguns pilares da Elevada da Conceição. Dali, seguimos com o projeto para o viaduto Tiradentes, grafitado com pets.

No viaduto Dom Pedro I, os grafites são uma alusão à fauna e à flora do Estado, numa ideia que inspirou a ponte da Ilha da Pintada, que também foi grafitada com animais da região do arquipélago. Agora, além da ponte, já temos cinco viadutos temáticos na cidade.

A prefeitura, no entanto, não entrega à iniciativa privada o espaço sem antes fazer um extenso trabalho de recuperação. A ideia é expandirmos esse modelo de transformação para que, cada vez mais, esses espaços dialoguem com as pessoas. E o principal: que sirvam para fomentar a sensação de pertencimento, sempre naquela ideia de elevar a autoestima da cidade.


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