Uma chance para o VLT em Porto Alegre

Uma chance para o VLT em Porto Alegre

Por Luiz Carlos Vaz*

Correio do Povo

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Inconformado até hoje com a extinção dos serviços de bondes em Porto Alegre, tem me chamado a atenção o interesse da atual administração municipal em implantar uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no Centro da cidade como parte do projeto de modernização da nossa área nobre.

Grandes e modernas cidades pelo mundo utilizam-se, hodiernamente, dos serviços de VLTs e com muitas vantagens diante dos veículos sobre pneus e movidos a energia fóssil; uma delas, obviamente, é que, por consumirem energia elétrica, não poluem; outra, são silenciosos e rápidos e não enfrentam os costumeiros buracos das ruas; trafegam quase ao nível do chão facilitando o embarque e desembarque dos passageiros. Transportam um número significativamente maior de pessoas já que podem andar em comboios. O pagamento da passagem pode ser feito tanto externa como internamente. Enfim, é o meio de transporte urbano feito para os nossos dias e para o futuro.

Na maioria das comunidades, as linhas de VLT misturam-se com o tráfego de carros e ônibus o que ocasiona uma certa e normal lentidão nos horários de pico. Mas Porto Alegre leva, diante disso, uma grande vantagem pois dispõe de corredores exclusivos para ônibus que poderiam ser adaptados para VLTs. Com exceção da Farrapos, todas as demais grandes avenidas eram servidas, outrora, pelos bondes e duas, pelo menos, eram dotadas de corredores exclusivos para eles: a Oswaldo Aranha e a João Pessoa, sendo que esta, nos anos 50, perdeu a característica com a retirada dos canteiros laterais. Com o emprego dos VLTs atendendo as grandes avenidas, os ônibus não perderiam sua importância, pois passariam a compor uma rede de linhas alimentadoras, levando e trazendo passageiros do interior dos bairros até as avenidas atendidas pelos modernos bondes. 

O VLT do Rio de Janeiro, que o prefeito Melo conhece, está fazendo sucesso entre seus usuários e pesquisas feitas entre eles mostram o seu entusiasmo e aprovação pelo meio de transporte. O modal carioca conta com alimentação elétrica pelo solo, dispensando o uso de catenárias e com isso preservando a paisagem. Em junho passado comemorou cinco anos e em suas três linhas que totalizam 28 quilômetros atendem às regiões do Centro e do Porto Maravilha, integrando-se à mobilidade da cidade com metrô, trens suburbanos, ônibus, barcas e o aeroporto Santos Dumont. Cada composição transporta 420 pessoas. Que seja implantada uma linha para atender ao Centro, mas sem esquecer que está aí a grande solução para o transporte público de Porto Alegre, com implantação por parceria público-privada. E sem precisar abrir buracos.

*Jornalista


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