Urgem ações baseadas na natureza

Urgem ações baseadas na natureza

Por Beto Moesch*

Correio do Povo

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Muito se fala em sustentabilidade sem muitas vezes saber o que realmente significa e sua crucial importância para todos nós. Um dos seus princípios é o de que não podemos gerar mais passivos do que ativos. Comprometer a água, o solo, o ar, a biodiversidade significa, mais do que nunca, um verdadeiro suicídio individual, coletivo e até humanitário. Mas é justamente isso que estamos fazendo. Gerar resíduos sem aproveitá-los é um ato cada vez mais nefasto. Perde-se ao invés de ganhar. Todavia, o Brasil recicla apenas 3% dos resíduos sólidos urbanos.

A natureza foi tão constantemente destruída na caminhada humana que não basta mais preservá-la, urge renaturalizá-la. As mais diversas atividades humanas dependem não somente do respeito ao meio ambiente, mas, muito mais do que isso, aproveitá-lo nas respectivas concepções socioeconômicas. As cidades, por exemplo, precisam abraçar a natureza para que ela possa abraçar as cidades. Precisamos urgentemente descarbonizar o transporte e a geração de energias, tanto por uma questão econômica como de saúde pública. O SUS gasta bilhões por ano para enfrentar doenças cardiovasculares e respiratórias em virtude da poluição veicular. 

Por outro lado, o financiamento para a energia fóssil escasseia cada vez mais, embora o RS insista no carvão e o Brasil no pré-sal, enquanto o país da agropecuária não consegue transformar em escala razoável os respectivos dejetos em energia. Ao contrário: passivo que poderia se transformar em ativo. Avançamos na energia eólica, mas a solar ainda é um sonho quase inatingível.

Não tem jeito. Para entrarmos no século XXI precisamos priorizar as soluções baseadas na natureza. Se já foi uma bandeira de “visionários” ambientalistas, hoje é a pauta principal de empresas, dos bancos, do terceiro setor e até do poder público mundo afora. E o Brasil?

A décima edição do seminário “Cidade Bem Tratada” apresentará e debaterá esses temas no dia 17 de novembro, em formato virtual. Participe!

*Advogado e presidente da Fundação Mata Atlântica e Ecossistemas


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