Doc Holliday: um anjo de quatro patas

Doc Holliday: um anjo de quatro patas

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"Meu nome é Doc Holliday. Sou um cachorro mestiço: minha mãe é Chow-chow e meu pai, um cachorro policial. Nasci em 8 de fevereiro 2012, mas foi no dia 20 de março de 2012 que realmente eu nasci para uma vida de amor e carinho. Esse foi o dia em que fui comprado por um humano que todos conhecem por Apollo. Desde então, tenho uma vida difícil de ser imaginada, principalmente por humanos que não sabem o que nós cachorros somos capazes de viver com um humano.
Minha ligação com o meu humano está além de qualquer explicação, como costuma ser de um humano com o seu cachorro. Durante milênios os humanos vivem ao lado dos seu cachorros, tornaram-se parentes próximos, com relacionamentos carregados de afeto e comunicação.
Apollo, que é o meu dono - aliás, pensa que é o meu dono, porque na verdade, numa relação entre o cachorro e o seu dono, o humano só pensa que é o dono, porque ele passa o dia com seus compromissos, seu emprego e seus afazeres -, mas sou eu, seu amado cão, que dou as ordens. Quero beber água, quero comer, tem que me levar lá fora para fazer as minhas necessidades... E o meu humano tem que largar tudo e fazer o que estou pedindo! Do contrário, não o deixo em paz com as minhas latidas e uivos.
Sou o caçula na minha família de humanos. Tenho pai, mãe e um mano de 17 anos que, às vezes, me maltrata com suas brincadeiras. Mas eu não deixo por menos: encho ele de mordidas. Deixamos o pai quase louco com nossas travessuras, já que vivemos em um apartamento. Para os outros eu não passo de apenas mais um cão, mas para os meus pais e meu irmão eu sou como o membro mais novo da família, porque sou tratado como tal.
Meu pai humano estava vivendo dias difíceis. Estava tomando remédios para depressão por orientação médica. Estava ele com um quadro de depressão profunda.

Depressão profunda

Meu pai já não conversava com ninguém, não tinha alegria de viver, chegava do trabalho, tomava banho e se jogava no sofá. Não conversava. A tristeza parecia ter tomado conta da sua vida! Foi então que eu, o Doc, entrei na sua vida. Minha presença impediu que o deserto da depressão e da tristeza tomasse conta da vida do meu pai humano. Minha presença impediu que meu pai se tornasse um ser estéril. Meus latidos, minhas lambidas, minhas corridas por dentro do apartamento, ternuras, tudo o que a gente desfruta juntos, mantêm o meu pai humano vivo!
Sou um cachorro de uma inteligência acima da média. Nunca estraguei nada dentro de casa, nem sequer uma tira de chinelo. Sou muito obediente. Meus humanos não precisam falar duas vezes comigo, pois sei muito bem como viver em harmonia dentro de casa. Através dos meus olhos eu decifro o meu pai humano. Sou um amigo incondicional! Sou aquela presença que, mesmo silenciosa, aquece e conforta. O meu olhar eloquente é um bom conselheiro para ele.
Eu fiz o meu humano perceber que muitas vezes é isso que basta, é isso que os humanos procuram. E nós cachorros podemos lhes oferecer! Por  todos esses motivos descritos acima é que eu sou o anjo de quatro patas que devolveu a alegria de viver não só ao meu pai humano, mas para toda essa família que hoje eu faço parte. Eu durmo ao lado da cama do meu pai e quando ele acorda, eu já lhe dou um bom dia cheio de lambidas e afagos que lhe faz começar o dia cheio de felicidade e alegria de viver.
Mais um dia que está começando! E quando ele sai para o trabalho eu vou para baixo da cama do meu irmão humano e me comporto, sem fazer estragos dentro de casa... Quando anoitece, eu vou pra janela e ali fico debruçado olhando pra rua até a sua chegada do seu trabalho. Quando meu pai chega os primeiros cinco minutos da sua atenção são exclusivos para mim, que lhe recebo com uma festa muito grande. Às vezes ele tem que mandar eu parar de latir e pular em sua volta, porque afinal de contas nós moramos em apartamento, e eu com tanta felicidade esqueço disso, fazendo barulho que pode até incomodar os vizinhos.
Essa é só uma parte da minha história, pois se eu fosse contar tudo o que eu vivo junto com meu pai, precisaria de outro tanto - ou mais - de espaço".


 



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