Faça seu gato beber muita água!!

Recebemos uma dica da amiga Angel, da ONG Adote um Bicho de Rua (adoteumbichoderua@gmail.com) e repassamos a vocês, amados leitores, por ser de extrema importância para os bichanos.
"Quero dividir com vocês uma agonia e, com isso,  tentar evitar que outros gatinhos (e outros pais e mães de gatinhos) sofram o que estamos sofrendo - meu filho Amadeu e eu. Meu Amadeu tem 9 anos, é castrado, a vida inteira foi vacinado anualmente, alimenta-se exclusivamente de ração. E foi diagnosticado com insuficiência renal crônica (IRC). O Amadeu não tomará mais vacinas. Nem vermífugos. Nem antipulgas. Nem qualquer outra medicação.
E qualquer gripe não tratada pode virar uma pneumonia (porque além de não poder tomar vacinas para prevenir a gripe e outras doenças, gatos com IRC também não podem tomar antibióticos nem outras medicações para tratar a gripe e outras doenças. Ou seja: não pode haver prevenção (gatos com IRC não tomam vacina), não têm direito a tratamento (gatos com IRC não podem tomar antibióticos). Assim, o segredo para cuidar de gatinhos com IRC é não deixá-los adoecer!
Tudo isso é novo pra mim, tudo isso é bem triste pra mim. Amadeu foi resgatado das ruas há 9 anos, bem bebê ainda, muito magrinho, extremamente fraco, numa anemia profunda. Tão fraquinho, mas tão fraquinho, que nos primeiros dias era preciso segurar a cabecinha para ele poder tomar leite e comer (do contrário, a cabeça caía dentro do pratinho de comida). Depois de um tempo - e um bocado de amor - o gatão estava saudável e brincalhão, pesando 7,7 quilos.
E, aos 9 anos, num hemograma de rotina  (feito anualmente), o diagnóstico fatal (que não tem tratamento, nem cura): insuficiência renal crônica. Apesar de todos os cuidados que estou tentando ter (com alimentação especial, com higiene da casa, as sessões de soro, os exames repetidos de creatinina e ureia) parece que o resultado inexiste. Meu filho Amadeu emagrece a olhos vistos, está cada dia mais apático, bebe rios de água, mas os resultados dos exames não mostram melhora.
Por isso, preciso dizer pra vocês todos que tem gatos: providenciem uma fonte para fazer com que eles bebam mais água. Isso deveria ser obrigatoriamente dito por todos os veterinários que tratam gatos, a todos os proprietários que tem gatos: "Façam seus gatos beberem muita água diariamente!".
A ração que usamos hoje em dia - inegável que traga benefícios para a saúde dos bichanos -  em geral faz com que eles ingiram menos água do que os "gatinhos de antigamente", que se alimentavam de ratos e pequenos animais - e bebiam o sangue desses ratos e pequenos animais. Os nossos gatos morrem, de regra, bem velhinhos. Vivem no conforto de nossos sofás, no abrigo do frio, da chuva, do calor, dos carros e dos cães.
Não apanham de outros gatos, não disputam comida. São castrados e não têm problemas de próstata, ovário ou mamas.
Eles também não têm problemas de fígado, nem estômago. E, se porventura tiverem, esses órgãos são tratáveis - diferentemente de problemas no rim e vesícula, que em seres humanos há possibilidade de hemodiálise e transplante (para o rim) ou cirurgia (para a retirada da vesícula). Para cães e gatos, quando esses dois órgão são afetados, não há tratamento. E detalhe: gatos - ao contrário de seres humanos - não sobrevivem sem a vesícula biliar.
Nossos gatos comem ração e tem a pelagem mais brilhante e são mais saudáveis (ao menos aparentemente saudáveis) que os gatinhos de nossos avós. Mas os gatos de hoje tem 80% mais problemas de insuficiência renal do que os gatos de 20 anos atrás. E a única explicação encontrada para isso foi a alimentação: o uso exclusivo de ração para alimentá-los.
Eu não vou deixar de usar ração para meus gatos nem sugiro que alguém faça isso mas, sabedores desse dado, por favor, lhes peço: escolham sim rações com menores teores de sal e corantes, rações que não utilizem soja transgênica (apesar de que, do milho transgênico, dificilmente iremos escapar, pois a maioria delas contém).
Mas por favor, façam seus gatos beberem muita água! Disponibilizem um bebedouro ou uma fonte elétrica para que eles possa ter água fresca e em movimento permanente. Há muitas opções na internet. Pesquisem, comparem e, por favor adquiram um produtos de qualidade... Tenham paciência, eles vão usar! Talvez não na primeira semana, nem no primeiro mês, no início eles nem chegam perto da fonte/bebedouro, mas acreditem: acabam usando a fonte e bebem muita água depois que se acostumam com ela! É realmente incrível a quantidade de água que os gatinhos bebem quando ela está em movimento. Fica a dica!".[gallery