Gato selvagem é encontrado em Viamão
publicidade
O felino não está na lista dos animais em extinção, mas em função da destruição sistemática de seu habitat, o animal já está classificado no Rio Grande do Sul como vulnerável no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Por possuir uma camuflagem natural em sua pelagem é muito difícil visualizá-lo nas áreas de mata. Mesmo assim, esta espécie apresenta características positivas à sobrevivência. Uma delas é a possibilidade de alta prole (de 1 a 4 filhotes) combinada com sua incrível adaptação em qualquer habitat, ou seja, além de poder dar à luz a muitos filhotes, estes podem se adaptar a um certo nível de redução de seu ambiente natural. O gato-mourisco tem o hábito de viver em bordas de banhados, beira de rios ou de lagos, sendo também encontrado em lugares secos com vegetação aberta. É um dos bichos menos vistos da floresta.
Marrom escuro, preto ou acinzentado, cauda longa, cabeça e orelhas curtas, o felino nunca sai da mata e durante o dia pode se esconder em tocas, quase sempre ao nível do chão. Seu hábito de atividade é diurna e crepuscular, ao contrário de outros felinos. É muito ativo, possui grande habilidade para subir em árvores e é bom nadador. Pode dividir o espaço com outros gatos da mesma espécie o que não é comum entre os felinos. Eles se sentem confortáveis em árvores, mas preferem caçar em terra. Eles comem quase todos os pequenos animais que conseguem capturar, geralmente roedores, pequenos répteis, aves que se alimentam no chão e eventualmente peixes e frutas. Já foram vistos caçando presas maiores, como coelhos e gambás e também incluem artrópodes em sua dieta.
Embora pareçam ser um pouco mais sociáveis do que outros felinos, dispostos a tolerar a presença próxima de outros membros de sua espécie na natureza, eles geralmente são encontrados sozinhos, sugerindo um estilo de vida solitário. O projeto de pesquisa vem sendo realizado desde agosto e já identificou também o graxaim do mato, o tatu-galinha e o gambá de orelha branca. “Nossa ideia é realizar um mapeamento completo da fauna silvestre que se mantém nas áreas de matas nativas da Quinta da Estância, demonstrando a importância e os resultados que podemos obter por meio de ações concretas de preservação”, enfatiza Lucídio Morsch Goelzer, proprietário da propriedade.
As armadilhas fotográficas são fixadas nos troncos de árvores dentro das matas da Quinta da Estância, através de um sensor de presença instalado na máquina fotográfica digital. A mesma realiza a captura da imagem de qualquer animal que passe pelo local. “Esse sistema de pesquisa é pouco invasivo, não sendo necessária a presença humana no local para visualização das espécies, o que poderia afastá-las”, destaca Goelzer.