A difícil sustentabilidade

A difícil sustentabilidade

Conceito defendido por marcas automotivas ainda é difícil de ser aplicado no mundo em mutação

Renato Rossi

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No Seminário de Eletromobilidade, o presidente da Renault do Brasil, Ricardo Gondo, citou os conceitos que sustentam a montadora num plano global. São eles a mobilidade, sustentabilidade, eficácia, inovação, tecnologia e revolução. Para as grandes marcas automotivas são conceitos positivos que as levarão ao futuro. O problema é exercê-los num mundo em mutação. Há hoje os fatores disruptivos como é o caso do aquecimento global, que transformou a bela e pura natureza na inimiga da humanidade. 

As chuvas de intensidade nunca vista antes submergem um terço do Paquistão, e milhares de vidas se perderam na água e no lodo e não serão achadas. Queima o que restou das florestas do mundo. De novo, a bela e civilizada Califórnia incendeia. Os polos derretem, e mais 30 anos à frente as cidades costeiras se afogarão.

São nobres e éticos os conceitos desta Renault que junto a outras marcas éticas tentam descarbonizar o mundo. Mas é cada vez mais difícil colocar em prática conceitos como sustentabilidade, eficiência ou inovação. O carvão está de volta à indústria europeia. O ex-presidente mundial da Volkswagen Hebert Diess foi à mídia e afirmou que tinha um plano B se faltasse o gás, que move a Alemanha. Era o carvão. Não tem mais gás, então o uso do carvão irá acelerar a poluição e aquecer a fogueira do clima. 

Os ecologistas se desesperam, e o Partido Verde critica duramente a alta de previsibilidade do governo anterior que gerou a dependência ao gás russo, que custava pouco para a Alemanha. Agora não há outra solução à vista, e, entre parar completamente a economia ou botar uns carvõezinhos na fornalha, no desespero, a poluição destrutiva do carvão vence.

 


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