A rainha que amava carros

A rainha que amava carros

Elizabeth II já percorreu muitos caminhos a bordo de seu Land Rover

Renato Rossi

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Não foi um momento adequado para o marketing de uma marca. A vistosa e global estrela da Mercedes-Benz estava ali exposta na grade dianteira do carro funerário que transportava o corpo da rainha. Ela ficou visível para centenas de milhões de pessoas em todo mundo. O carro funerário foi produzido pela Binz, uma subsidiária da Mercedes na Alemanha, especializada em veículos especiais. A Mercedes-Benz não esperava ganhar tal exposição. Já que o carro funerário foi contratado na última hora da frota de locação de veículos especiais da empresa William Purve, na sede em Edimburgo, na Escócia. 

A Binz iniciou a produção de modelos diferenciados em 1936 com carruagens e veículos especiais com tração animal. Gradativamente, a Binz se especializou em carros especiais motorizados e em 1950 foi comprada pela Mercedes-Benz. Quem assistiu ao cortejo viu o elegante automóvel da Binz e imediatamente reconheceu que ali estava um sedã Classe E adaptado como carro funerário.

O elegante veículo fez seu trabalho. Lentamente percorreu o último caminho da rainha que amava carros performáticos. Certa vez Elizabeth levou um príncipe da Arábia Saudita para um passeio pelas estreitas e sinuosas vias próximas ao Castelo de Balmoral, na Escócia. Para o príncipe vindo de cultura opressiva e misógina, que proíbe as mulheres de dirigirem, a monarca foi um antídoto na alta velocidade com que percorreu os caminhos a bordo de seu Land Rover preparado. O príncipe gritava: “desacelera, desacelera!”. Mas a rainha tinha treinamento militar ao volante e imprimia cada vez mais velocidade. As mulheres do mundo foram vingadas.


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