Conversa de Carro: e-fuel no caminho do carro elétrico

Conversa de Carro: e-fuel no caminho do carro elétrico

Montadoras de luxo europeias tentam contrariar decisão do Parlamento Europeu sobre motor a combustão

Renato Rossi

Porsche avança no desenvolvimento da gasolina sintética

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A mídia global noticiou nesta semana fato que mostra as contradições que já obstruem o caminho do carro elétrico. Na instabilidade da economia global a eletrificação que custa bilhões de dólares pode ser retardada. Nesta semana o CEO do Grupo Volkswagen e Presidente da Porsche, Oliver Blume, manifestou sua contrariedade em relação à lei aprovada pelo Parlamento Europeu que determina para 2035 o fim do motor a combustão.

Há países como os Estados Unidos e China que estão além na eletrificação do automóvel. A China com centenas de montadoras dedicadas a produção de veículos elétricos terá cerca de 50 milhões de veículos elétricos nas ruas em 2025. E Oliver Blume saiu do “0 a 100 em 3.6 segundos”, tempo de aceleração do 911 Carrera, ao afirmar de forma bombástica que o Porsche 911 é um mito na Alemanha e mundo. E deve ter tratamento especial em relação ao fim dos motores a combustão.

Ele quer um 911 movido a e-fuel após 2035. Segundo Blume os alemães e o mundo não suportarão um 911 cercado pelo silêncio absoluto da eletricidade. O 911 quer rugir, como sempre fez. A indústria automobilística da Alemanha deseja que a frota dos “poderosos” continue com motor a combustão “e-fuel”. Este é o combustível sintético produzido a partir da combinação de gás de hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2), gerados através de processo químico. O e-fuel não tem petróleo e se adapta aos motores a combustão.

O governo de coalizão da Alemanha endossou a solicitação de Blume, assim como Carlos Tavares, o CEO do Stellantis. Mas um detalhe no e-fuel incomoda: o motor expele dióxido de carbono, o gás maléfico gerador de aquecimento global. Mas não é somente o poderoso 911 que se sente incomodado com a eletrificação. São as montadoras europeias que necessitam vender milhões de carros a combustão para pavimentarem o caminho elétrico. Na Europa, em recessão, as vendas caem.


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