Conversa de Carro: o caminho do meteorito
Cabo de guerra na Europa indica e-fuel no caminho do 100% elétrico
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Foram as pressões montantes na Europa, sobre a lei que definiu 2035 como a o último ano de produção do motor a combustão, para que o texto fosse modificado. A lei votada pelo Parlamento Europeu abriria o caminho em definitivo para o carro elétrico. Esta norma fundamental foi em parte derrotada pelas objeções da indústria automobilística alemã, pelo governo da Alemanha e, nos bastidores, pelas “petroleiras”.
Estas estranhas companhias que se intitulam “produtoras de energia limpa”, quando na verdade preferem um mundo sujo e semidestruído, mas que ainda gera lucro. Estas forças da reação em relação à lei definida pelo Parlamento Europeu conseguiram retardar a legislação. E o motor a combustão não tem mais data para acabar. Há uma esperança, na medida em que foi feita a emenda que determina que o combustível dos motores de 2035 em diante seja o e-fuel. Que resulta de processos químicos complexos e caros. Poucas empresas já se dispõem a produzí-lo. E o atual e-fuel deixa resíduos de dióxido de carbono no ar.
Para as produtoras de energia, o que importa é manter ativas centenas de plataformas de extração espalhadas pelos oceanos. As petroleiras temem que as plataformas, num eventual sucesso do carro elétrico, se transformem em sucatas que afundarão. Neste momento há perfuratrizes que mergulham 9 mil metros para extrair petróleo. Em 2022 a Saudi Aramco, a petroleira da Arábia Saudita, lucrou US$ 156 bilhões. Um dinheiro que salvaria o Brasil na construção de milhares de escolas. E a Saudi Aramco á apenas um grão de areia num contexto poluidor magnífico, no mal que causa à humanidade. E o planeta, exaurido em recursos, ainda deve alimentar a petróleo uma frota de 1,5 bilhão de veículos, Uma parte ínfima desta frota utiliza eletricidade.
São poucos jogadores globais que jogam limpo e querem a mudança urgente para energia limpa. O resto espera pelo meteorito que desta vez não caçará dinossauros. Vai mirar na combalida humanidade. Ou a desumanidade coberta de petróleo e gases tóxicos.
