GWM mostra as suas estratégias e apostas em Interlagos

GWM mostra as suas estratégias e apostas em Interlagos

Gigante chinesa realizou grande teste com Ora e Haval, além de esclarecer suas metas no Brasil

Renato Rossi

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A GWM mostrou, na terça-feira, seus produtos na pista do Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Foram testados por jornalistas especializados o SUV Haval, que teve mais de 3 mil unidades comercializadas nos meses de dezembro e janeiro no mercado brasileiro, e o Ora, o carro urbano com belo design que entra no mercado em março com maior oferta. Como afirmou com exclusividade para CM do Correio do Povo, o Diretor de Produto da Great Wall Motors, o engenheiro mecânico e administrador André Leite.

Para o executivo, "convidar a Imprensa para testar nossos veículos neste 'lendário' Interlagos, que consagrou grandes pilotos brasileiros, é uma forma de agradecermos pelo apoio e sinceridade com que tratou a GMW em 2023. Ao mesmo tempo, comemorar a nossa 'semana GWM', realizada em fevereiro de 2023, também no Autódromo de Interlagos. Quando mostramos pela primeira vez a consumidores convidados a capacidade tecnológica de nosso SUV Haval".

Em cinco dias em testes, milhares de pessoas passaram por Interlagos e tiveram à disposição 40 Haval levados para o autódromo. “Foi nossa primeira leva de SUVs disponíveis no Brasil que antecedeu à confirmação da produção na unidade industrial de Iracemápolis, interior de São Paulo, que recebeu investimento bilionário para a produção de carros elétricos e híbridos. Hoje, o Haval H6 híbrido é um dos preferidos do consumidor brasileiro, com sucessivos recordes de vendas em 2023, quando fechou o ano com mais de 11 mil unidades comercializadas”, comentou. "Em dezembro, o Haval teve 2.796 unidades vendidas, seu recorde de vendas.”

Neste teste de fevereiro de 2024, restrito à imprensa especializada, foi adicionado o Ora em duas versões, o Skin e GT. É o 'carro de entrada' da GWM no mundo e faz sucesso na China. "Com preço acessível e tecnologia superior, o Ora pode se transformar num sucesso de vendas no segmento dos 'elétricos' no mercado brasileiro", acrescentou.

Segundo o executivo, "a imposição por parte do Governo do imposto de 35% sobre os veículos importados mudou nossos planos em relação ao modelo a ser produzido no Brasil. Devemos pensar agora num veículo já aceito pelo consumidor, que é o SUV Haval. O plano da Matriz na China é que a unidade industrial no Brasil seja autossuficiente e que num futuro próximo possa produzir o veículo direcionado especialmente ao consumidor brasileiro", enfatizou.

A unidade industrial em Iracemápolis, segundo o executivo, estará plenamente operacional, com capacidade de produção de 100 mil veículos até dezembro de 2025. A instalação dos equipamentos está em fase final. Mas convém lembrar que a produção de um veículo elétrico é facilitada na medida em que ele tem 50% menos componentes em relação ao carro a combustão, o que reduz o tempo de produção por unidade.

Mas na unidade industrial em Iracemápolis, segundo o executivo, "a estratégia global da GWM é o lançamento de mais de 50 modelos elétricos e híbridos no mundo até 2025. Sem dúvida, uma estratégia ambiciosa, mas realista, baseada na aceitação global de nossos produtos. A meta da GWM é ser a líder mundial em eletrificação em no máximo dois anos à frente, ultrapassando rivais como a Tesla e BYD. E grande parte destes 50 veículos movidos com 'energia limpa' já estão em estágios avançados de desenvolvimento, com modelos sendo lançados no mercado chinês ainda em 2024”.

"Para o mercado brasileiro, temos um cronograma de lançamentos. Mas sinceramente esperamos que o Governo e a Anfavea, que acabam de lançar o avançado Programa Mover, deem uma atenção aos veículos elétricos que possam colocar o Brasil como um dos líderes globais do processo de descarbonização”, salientou o executivo. “Foi graças a investimentos bilionários do Governo da China que a indústria automobilística conseguiu, em pouco mais de uma década, ser a líder global em eletrificação com veículos dotados com tecnologia de ponta. E convém lembrar que a unidade de Iracemápolis integra em seus processos de desenvolvimento de produto e produção a inteligência artificial que garante maior assertividade na produção e na qualidade do produto", acrescentou.

Em relação ao mercado brasileiro, ainda é incipiente na eletrificação, é necessária a produção em maior número de unidades do Haval H6 híbrido que não tem limitação de autonomia. "Um exemplo prático: o Ora é ideal para o uso urbano, onde sua autonomia em torno de 250 quilômetros é satisfatória. Numa cidade em geral, os veículos particulares não percorrem mais do que 40 quilômetros por dia. No caso do Ora, isso significa seis dias sem precisar recarregar. Mas se a família tem um sítio ou casa no litoral, então um veículo com 270 quilômetros de autonomia não será suficiente”, explicou. “A opção é o híbrido Haval, com sua autonomia ilimitada que se amplia na parada no posto de combustível sem prejuízo ao meio ambiente. A versão híbrida Plug-in Haval H6 Phev permite, através da bateria de 34 kWh, uma autonomia elétrica de 113 quilômetros”, explicou Leite. A potência total do Haval H6 Phev no uso combinado do motor a combustão e elétrico é de 393 hps com torque de 762 Nm. A aceleração de 0 a 100 quilômetros por hora é feita em 4,9 segundos.

"É uma marca excepcional para um SUV com 2.040 quilos. É característica dos veículos da GWM serem potentes e versáteis no uso. Por exemplo, na "pegada" esportiva do Ora GT que, com motor com 171 hps, faz de 0 a 100 em oito segundos. A GWM não quer ser a "campeã das pistas" nem quer criar "Ferraris" elétricas de grande potência com grandes baterias que pesam muito e reduzem a performance”, afirmou o executivo.

A missão da GWM, enfatizou, é ser uma marca comprometida com a descarbonização do planeta através da acessibilidade a seus produtos. "Quando a fábrica estiver operacional, os brasileiros entenderão na redução do custo final de nossos produtos a vantagem competitiva da GWM", concluiu o executivo.


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