O lucro do luxo

O lucro do luxo

Marcas consagradas de supercarros bateram recordes de vendas no ano passado

Renato Rossi

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A Lamborghini divulgou na quarta-feira seu resultado operacional, que foi positivo. Segundo o presidente mundial da fabricante de supercarros, o alemão Stephan Winkelmann, a marca bateu seu recorde mundial em vendas com 8.405 carros comercializados. As vendas em alta da Lamborghini também são as vendas em alta da Bentley, Rolls Royce e Ferrari. 

As marcas ultraluxuosas se descolaram da pandemia. Os que compram estes supercarros estão bem mais protegidos em relação às potenciais vítimas da Covid-19. Que não se deslocam em helicópteros herméticos ou em carros blindados pelas rodovias da Europa. Na pandemia, o automóvel substituiu o transporte coletivo e ampliou-se este uso individual. Do ponto de vista humano, independente da classe social e limites geográficos, persiste este sentimento de urgência, inconsciente. O “tudo ou nada”: aproveita-se o hoje, porque o amanhã é um desconhecido que pode ser o inimigo. 

A Bentley divulgou um espetacular resultado financeiro no período de 2020 a 2021. O presidente da montadora que integra o Grupo Volkswagen, o inglês Adrian Hallmark, atribuiu o sucesso à qualidade do produto e maior eficiência operacional impulsionada pela pandemia. E a Bentley produziu 14.659 veículos em 2021, um recorde da empresa. Portanto, o marketing da exclusividade gerou lucro de 500 milhões de dólares, sendo 70% extraído da China.

O vírus se espalha pelo mundo numa terrível quarta onda. E os dirigentes da Lamborghini e Bentley já não terão disponíveis tantas certezas para 2022. E o mercado do luxo, com seu sucesso momentâneo, não define ou projeta o futuro da indústria automotiva, que continua ainda incerto.

 


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