Ora x Haval: desafio híbrido e elétrico na pista

Ora x Haval: desafio híbrido e elétrico na pista

SUV e compacto mostram a qualidade e performance da indústria eletrificada chinesa no místico autódromo de Interlagos

Renato Rossi

Duelo elétrico e híbrio, entre Ora e Haval

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A GWM disputa com a BYD no Brasil a liderança do segmento eletrificado, composto por veículos elétricos e híbridos. Também brigam nos segmentos de maior volume de vendas como dos SUVs de porte médio e carros de “entrada”, que as montadoras chinesas tornaram acessíveis a um público maior de classe média. GWM e BYD produzem com qualidade competitiva a preços que não são exorbitantes. Isto se evidenciou no teste realizado na terça feira no autódromo de Interlagos, em São Paulo, que contou com a presença da imprensa especializada.

Uma programação intensiva que colocou a disposição da Imprensa o SUV Haval H6 GT e o mais compacto Ora nas versões Skin e GT. Os modelos já tinham sido testados em circuito urbano em CM. Em Interlagos, a GWM levou instrutores de pilotagem para acompanhar os jornalistas. Uma ajuda necessária porque dicas simples objetivas de especialistas em pilotagem tornam segura a pilotagem em autódromo. Que é muito mais complexa em relação ao uso normal em cidade e rodovia.

GWM Haval | Foto: GWM / Divulgação CP

Não houve limite de velocidade, mas os obstáculos colocadas em pontos estratégicos da pista, tinham a finalidade de reduzir a velocidade. A sessão de testes iniciou com o Haval H6, que tem 4.683 mm de comprimento, 1.886 mm de largura e 1.730 mm de altura. O peso chega 1.699 kgs. Portanto são dimensões adaptadas ao uso urbano, onde o Haval em teste anterior foi corpo ágil que facilitou condução. Mas na pista molhada pela chuva intermitente o alto centro de gravidade e suspensões reguladas para o conforto de marcha induziam uma certa rolagem lateral da carroceria. Era o aviso para que CM redobrasse o cuidado na pilotagem. Cinco voltas pela pista de 4 mil metros mostraram que o Haval 6 é um veiculo estável e confiável, que colocado numa pista de competição mostra as limitações próprias de sua espécie.

Situação oposta à enfrentada pelo Ora. O elétrico pareceu à vontade em Interlagos. Sempre agarrado ao solo e com retomadas de velocidade num piscar de olhos, propiciou um grande prazer elétrico. Ambos mostraram a notável evolução da indústria automobilística da China.

Carro elétrico Ora GT da GWA | Foto: Renato Rossi / Especial CP

O Haval é hibrido, equipado com motor 1,5 turbo à gasolina e motor elétrico que entregam potência total combinada de 243 hps. No teste em pista molhada por chuva intermitente, era necessário estar atento às reações, com as suspensões que embora calibradas para o motorista brasileiro, que prefere um menor curso, ainda assim são macias para o padrão local. Na pista, a já mencionada rolagem latera. Na cidade, o conforto de marcha denuncia sua origem chinesa, já que o motorista chinês exige suspensões muito macias. Este doce balanço limitou uma atitude mais agressiva e esportiva ao volante em Interlagos. O fortíssimo torque também não permitia vacilos, em curvas projetadas par desafiar o talento de pilotos de Fórmula 1 e seus milhões de dólares. O acabamento interno de alto nível agrada a família. O Haval pode passar longe do autódromo que ninguém sentirá sua falta.

Em relação ao Ora, foram testadas e versão esportiva GT e a mais familiar Skin. O Ora tem design atraente com frente baixa que insere faróis redondos que remetem a carros da Porsche. O Ora utiliza eixo de torção na traseira, que não prejudica seu comportamento dinâmico. A 160 km/h, é muito para um elétrico, o Ora GT enxergou o “S” do Senna e entrou confiante em curvas que induzem violentos movimentos oscilatórios. Foram cinco voltas com o Ora GT e mais cinco com o Skin. As performances, equivalentes, pois as duas versões possuem o motor elétrico com 171 hps e 25 kgfm de torque. Isto permite 0 a 100 km/h em 8s. A autonomia elétrica fica em 370 quilômetros.


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