Os ‘chorões’ em Paris

Os ‘chorões’ em Paris

Salão do Automóvel de Paris expõe as contradições que cercam o automobilismo

Renato Rossi

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Salão do Automóvel de Paris, esvaziado de marcas e grandes lançamentos, expõe, através dos executivos de montadoras, as contradições que cercam o automóvel nestes dias confusos de problemas geopolíticos que ameaçam o presente e o futuro da indústria automobilística e o mundo.

No Salão, as manifestações, como dos CEOs dos grupos Stellantis, Carlos Tavares, e Renault, Luca de Meo, repercutem. Tavares falou para a imprensa que não concorda com o prazo da Comunidade Europeia para o fim da produção do motor a combustão até 2035. A saída precoce do motor a combustão, segundo ele, terá graves efeitos colaterais: perda de milhões de empregos, bilhões gastos na reciclagem de engenheiros mecânicos e operários, afastamento da classe média do mercado automobilístico devido ao alto preço do carro elétrico, entre outros. Carlos Tavares quer um prazo maior: não 2035, mas no mínimo 2040. 


Para a ecologista e ministra de relações exteriores da Alemanha, Analena Baerbock, o carro elétrico é essencial para a despoluição da Europa e do mundo. E diz que qualquer prorrogação nos prazos de implantação não será tolerada. Para os críticos de Tavares, ele advoga em causa própria porque o Stellantis é o menos eletrificado do mundo. E para se equiparar às líderes, terá que gastar muitos bilhões de dólares em prazo curto


Já Luca de Meo mostrou sua preocupação no Salão em relação aos preços em alta das matérias primas nobres que compõem o carro elétrico, como o cobalto, o níquel e o lítio. Este, ao contrário de Tavares, lida com uma Renault pioneira na eletrificação e que produzirá unicamente carros elétricos a partir de 2030. Portanto, a preocupação de Luca De Meo é baseada em argumentos mercadológicos. Há preocupação, sim, em relação ao futuro do carro elétrico.

 


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