Volvo surpreende com demissões

Volvo surpreende com demissões

Foram demitidos 1,4 mil funcionários da Volvo

Renato Rossi

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A demissão de 1,4 mil funcionários da Volvo, escandalizou a Suécia. O país do bem-estar social não vê com bons olhos empresas que demitem. A Volvo quando estava sob domínio da Ford em junho de 2008, demitiu 1,5 mil trabalhadores em Gotemburgo e Olofstrom. Foi um escândalo, com protestos de trabalhadores na Europa. Um momento critico para a tradicional Volvo, que sob a Ford, investia no mercado norte-americano com sucesso. 

Mas em 2008, a Ford com problemas de caixa caiu nas mãos nada confiáveis do megainvestidor armênio Kirk Kerkorian. Ele investia milhões em empresas em péssima condição financeira. As recuperava e vendia com lucro bilionário. Kerkorian era apenas um grande acionista da Ford e queria vender a Volvo. Em 2010, a chinesa Geely fez um “negócio da China” ao pagar apenas 1.8 bilhão de dólares pela empresa sueca, com sua enorme experiência em segurança veicular. 

O “trilhardário” Li Shufu, proprietário da Geely e famoso por seu pragmatismo, apenas disse aos executivos: “Nós respeitamos a Volvo. A Ford não respeitou. Vocês terão US$ 12 bilhões para produzirem os melhores SUVs do mundo. Podem fazer isto.” Cheios de orgulho, os suecos foram à luta e, em 2016, mostraram. Uma nova linha de SUVs que foi um instantâneo sucesso global. A grande aceitação dos XC 40, XC 60 e XC 90 capitalizou a Volvo, que se reposicionou no mundo como produtora de elétricos de grande qualidade.

Mas as demissões chacoalharam o prestigio e obrigaram o presidente mundial Jim Rowan a justificar: “Temos que ser realistas num cenário automotivo que se move em direção à eletrificação que exige muitos bilhões em investimento. Também há o custo das matérias primas, que não para de subir. Temos que cortar custos e, infelizmente, a mão de obra ainda é um de nossos maiores custos. Os cortes são temporarios”. 

 


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