Yuan é maturidade da indústria chinesa

Yuan é maturidade da indústria chinesa

SUV elétrico oferece espaço interno e conquista as 5 estrelas no teste de segurança europeu

Renato Rossi

Yuan Plus EV

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A BYD acelera seu processo de integração ao mercado brasileiro na importação de modelos recentes do mercado chinês: DI, Han, Song, Tan e Yuan. São modelos elétricos puros e híbridos, que fazem sucesso na China e também nos países nórdicos da Europa. A BYD é também uma líder mundial na produção de ônibus elétricos que hoje formam a maior parte da frota de Suécia e Noruega. 

Nesta semana a convite da BYD, através da revenda Iesa-BYD, CM teve acesso ao SUV médio Yuan - com 4,45m de comprimento e generoso entre eixos de 2m72. Isso garante um espaço interno privilegiado para até quatro passageiros. O Yuan tem o nome de Atto 3 na Europa. Em outubro de 2022 ganhou cinco estrelas nos testes de impacto do EuroNCap. Num marco importante para a indústria chinesa, que há mais de 20 anos batalhava sem sucesso pelas cinco estrelas. Agora, o Atto 3 está livre para entrar nos principais mercados da Europa. 

Este Yuan mostrou diversas qualidades além da excepcional segurança. No teste de rodagem de quatro dias, com 430 quilômetros em cidade e subida de serra pela BR 116, o Yuan surpreendeu. Tem belo design de linhas fluidas e pode ser o mais bonito dos SUVs chineses. 

A China sofistica seus produtos elétricos e se livra do estigma de baixa confiabilidade de seus modelos a combustão: agora híbridos de melhor qualidade, Mas o grande negocio da China é a total eletrificação de sua indústria automobilística até 2025. O Yuan exige uma entrega técnica de uma hora, tempo necessário para o piloto de testes de CM ouvir todas as explicações da competente Morgana, assessora comercial e especialista da BYD. Não é para menos. O Yuan integra piloto automático adaptativo, monitor de pontos cegos, frenagem automática emergencial, sistema de centralização em faixa com radar que lê placas, teto solar panorâmico, ar condicionado pela voz, comando oral que permite um “diálogo” com a voz sintetizada, seis air bags, faróis full led com facho alto automático e rodas aro 18 calçadas com pneus de alto desempenho da marca “Batman”. Felizmente a “dupla dinâmica” não quis participar do teste, estavam à procura do Coringa, escondido em Viamão. 

O Yuan é dotado de motor elétrico dianteiro que rende 204 hps com 31.6 kgfm de torque. Faz de 0 a 100 km/h em 7,6s, com velocidade máxima de 170 km/h. A autonomia de 458 quilômetros é relativa, como em todo carro elétrico. A carga das células de energia depende do modo de condução. A pressão constante no acelerador na alta velocidade ou acelerações bruscas que emocionam pela potencia do torque elétrico são fatores que reduzem a autonomia em até 40%. Nos 430 quilômetros rodados foi utilizado o modo ECO, que suaviza as acelerações e gera maior autonomia. 

O Yuan leva um conjunto de baterias “Blade LFP”, de fosfafo, ferro e lítio; material alternativo ao lítio puro. Segundo a engenharia da BYD esta nova geração de baterias propicia maior autonomia superior e durabilidade de 20 anos. No modo Eco de condução o volante fica muito leve o que mostra a preferência dos chineses por uma direção sem muito apego ao solo. No modo Sport, o volante enrijeceu, o que propiciou um esterço preciso. O Yuan utiliza suspensão convencional MacPherson na dianteira e multi-braços na traseira. E isto amplia os níveis de estabilidade direcional e lateral. É um veiculo seguro, muito ágil em trânsito urbano.

Um ótimo SUV que tem preço competitivo. Convém conhecê-lo.

Polo Track: sem saudades do Gol

O Gol teve tempo suficiente para cumprir sua função no mercado brasileiro de carro de entrada. Foram 22 anos de mercado e milhões de brasileiros motorizados. Esta homenagem ao “guerreiro brasileiro” foi substituída pelo Polo Track na linha Volkswagen. Um Polo mais simplificado e a preço mais acessível em relação ao Comfort Line e High Line.

É grande e pesada a responsabilidade do Track em ocupar a posição de um carro ainda amado pelos brasileiros. Os brasileiros vão conviver com o Gol nas ruas por muitos anos. Mas numa comparação honesta e objetiva, a vantagem é do Polo Track. 

No Brasil a plataforma modular MQB garante a suavidade de rodagem e rigidez torcional para T-Cross, Nivus e Virtus. Foram oito dias em testes com o Polo Track, que mantém as características positivas na impecável estabilidade direcional, agilidade em trânsito urbano e ótima ergonomia ao volante na posição mais baixa e relaxada do corpo. Ao volante nada perturba a visibilidade frontal e periférica, porque há uma ampla área de parabrisas. 

Para chegar ao preço menor, a Volkswagen efetuou alguns “reducionismos” que não afetaram o produto. Como a troca do ajuste elétrico dos retrovisores externos por manual. A troca da tela digital por um radio mais comum. Em compensação o som é de alta qualidade. 

O design do Polo Track incorpora uma grade maior em colmeia, até mais expressiva que a das versões mais caras. Há o “toque SUV” na maior altura em relação ao solo, o que facilita o uso em terrenos difíceis. O motor é um valente 1.0 tricilindros, aspirado com 84hps e 10,3 kgfm de torque. Suficiente para uma performance ágil em cidade e consistente em rodovia. Na “real”, a bordo do Track não deu para sentir saudades do Gol. Tudo passa. 


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