Étnico e atual

Étnico e atual

publicidade



O filme passa rapidamente pela sua tela. Mas deve permanecer por muito mais tempo na sua memória cultural e afetiva. "Um Homem Comum", dirigido por Brad Silberling, e com a talentosa atuação de Ben Kingsley, tem um roteiro sem pontas soltas, se torna envolvente em sua objetividade e acaba sendo lindamente pontuado por uma trilha sonora com gosto refinado. No centro  da trama, Kinsley vive um general, criminoso de guerra e procurado mundo afora. Por isso, com a ajuda de amigos e simpatizantes,  vive escondido há anos e, constantemente transferido para um novo lugar. Na última mudança entra em cena Tanja, uma jovem doméstica que aparece neste novo esconderijo e se diz empregada da antiga proprietária.

A partir deste encontro, surge um curioso relacionamento. As poucas palavras de Tanja (vivida por Hera Hilmar, atriz islandesa, vista na  série de televisão "Da Vinci"s Demons") um estranho relacionamento surge entre eles. Quando a calmaria parece estar se estabelecendo na vida do general, a camareira lê a notícia de que há uma recompensa milionária para quem souber onde o fugitivo está. As preocupações com a segurança do general e as descobertas que vão surgindo revelam uma trama por momentos quase teatral, mas sempre vigorosa e emoldurada em uma bem cuidada fotografia, fruto também da parceria da coprodução entre Estados Unidos e Sérvia.

Um dos pontos fundamentais do filme é a reflexão sobre as questões étnicas, a diversidade que, quando vista sob determinada ótica, começa a separar e criar divisões entre as pessoas. Vale atenção para alguns dos diálogos do general com Tanja. Não há o peso da acusação sobre as ações passadas do militar, e sim um olhar presente sobre as possibilidades de encontrar o humano em sua essência, por trás das raças e das etnias.

 

[embedhttps://youtu.be/AGpZq42dPjg%20[/embed

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895