Açúcar extraordinário

Açúcar extraordinário

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Ao assistir "Extraordinário" (Wonder), dirigido por Stephen Chbosky, lembrei imediatamente de um clássico assistido na minha adolescência: "Marcas do Destino", de 1985, com Cher e Eric Stoltz, sobre um garoto que possui uma doença que faz seu crânio crescer acima do normal - ops, "O Homem-Elefante" tem a mesma pegada. Este "Extraordinário" é baseado em romance de R. J. Palacio, e também fala de aceitação, bullying e é uma mistura de drama com comédia.


Chbosky já havia dirigido outro filme cujo tema principal é um adolescente ser aceito pelos iguais, o ótimo "As Vantagens de Ser Invisível". Mas aqui se ele não apela para o choro fácil, também não facilita, mostrando uma história de comercial de margarina. Tudo é muito certinho, tudo é muito bonitinho, quase não existem conflitos.


O garoto Auggie (Jacob Tremblay, de "O Quarto de Jack")  nasceu com uma deformação facial e sempre estudou em casa, sob orientação da mãe, Isabel (Julia Roberts). Mas chegou o momento que é necessário que ele frequente uma escola regular. Mas como fazer isso sem se sentir rejeitado pelos outros estudantes, afinal ele tem várias cicatrizes na face - tanto que passa boa parte do tempo usando um capacete de astronauta.
E na escola ele vai conhecer os dois lados: o da bondade e da aceitação de alguns coleguinhas, e a maldade e a inveja por parte de outros. Afinal, apesar de sua deformidade, Auggie é espirituoso, inteligente, e tem uma família que o ama e o protege além da conta. Neste momento o espectador já está passando mal por causa "de tanto açúcar".


Jacob Tremblay é um ótimo ator mirim e consegue levar nas costas este filme, recheado de clichês - até mesmo as viagens de Auggie são mais do mesmo: o garoto se imagina um astronauta e por vezes recebe a companhia de Chewbacca, quando sente alguma dificuldade de entrar na escola.

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