A Bela Atormentada

A Bela Atormentada

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O clássico da literatura russa, “Anna Karenina”, de Liev Tolstói, ganha mais uma adaptação cinematográfica, pelos mãos do diretor Joe Wright. O cineasta volta a trabalhar com a atriz Keira Knightley como protagonista, o que já havia feito no filme “Desejo e Reparação” (2007). Esta história é ambientada no século XIX, na alta sociedade do império russo. Para assistir a este novo “Anna Karenina” é bom o espectador saber a proposta que o cineasta teve em mente ao realizar esta produção. Grande parte da história foi filmada dentro de um teatro. Propositalmente sendo um prédio abandonado, Wright teve a presunção de apresentar “uma sociedade que estava se esvaindo”, decaindo sob as regras da aristocracia. A iniciativa pode causar estranheza a princípio, mas a história acaba envolvendo o espectador, que consegue preencher qualquer lacuna existente no cenário com sua própria interpretação. Há cenas também ao ar livre, que mostram um personagem que mora na área rural e parece ser mais puro e idealista do que os citadinos.

A protagonista, Anna Karenina, mora em São Petersburgo e é chamada a Moscou pelo irmão, para que ela acalme a cunhada, inconsolável após descobrir uma traição do marido. Anna é casada com um ministro, Alexei (Jude Law). É nessa viagem que Anna conhece o oficial da cavalaria Vronsky (Aaron Taylor-Johnson) e ambos se apaixonam. Ao terem um caso que acaba se tornando público, Anna termina por pedir o divórcio. Mas, naquela época, isso significava perder todos os seus direitos e privilégios, além de não poder ver o filho. Desta forma, a personagem se torna uma das mais atormentadas adúlteras da literatura universal. É um filme bem conduzido, que consegue condensar um livro repleto extenso e de descrições minuciosas. Um dos destaque desta produção é o figurino, que saiu do último Oscar com a estatueta dourada para essa categoria.

Por Adriana Androvandi.

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