"A Primeira Morte de Joana"

"A Primeira Morte de Joana"

Garota tenta entender a morte da tia-avó, a quem era muito apegada, em filme gaúcho

Chico Izidro

Joana (E) quer desvendar o mistério da tia-avó, que morreu sem nunca ter namorado na vida

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"A Primeira Morte de Joana", dirigido por Cristina de Oliveira, fala sobre a dor da perda e também de descobertas adolescentes. A trama passada em 2007 tem como protagonista Joana (Letícia Kacperski), de 13 anos, e que mora em uma cidade de colonização alemã no interior do Rio Grande do Sul - na verdade, o filme teve como locação Osório -, e que acaba de perder a tia-avó, que morreu aos 70 anos, com quem ela mantinha uma forte ligação.
E conforme a família, uma pessoa que jamais teve um namorado, e isso vira motivo de obsessão para Joana? Por quê? Qual o motivo? Esse questionamento acaba refletindo na relação com sua melhor amiga, Carolina (Isabela Bressane), que voltou da Alemanha com o pai, que não se adaptou ao exterior, e cuja mãe seguiu vivendo em Berlim.
Joana, muito identificada com o jeito de ser da tia-avó, passa a sentir sensações similares. Surge a questão da sexualidade, seria a parente querida homossexual, ou apenas não querendo ter de viver uma vida atrelhada a um homem, que lhe determinará o que pode e o que não pode fazer. Afinal, ela viveu em uma época e região ainda impregnada pelo machismo.
Joana é criada em um ambiente cercado de mulheres, mas o provincianismo e o conservadorismo seguem dando as cartas - a sua própria mãe é umbandista, mas têm ideias retrógradas de como deve-se portar uma mulher. "A Primeira Morte de Joana" é muito mais suposições, do que em fatos concretos. Letícia Kacperski se destaca como Joana, numa interpretação simples, mas objetiva e até mesmo corajosa.
A diretora afirmou que "a morte no filme está relacionada à transformação e como, às vezes, precisamos morrer numa forma de ser para renascer nas nossas lutas e conseguir existir". Cristina disse ainda que o título do filme foi inspirado em um poema de Mário Quintana. "Ele diz que ‘amar é mudar a alma de casa’". Então há também esse aspecto simbólico da palavra morte, que remete ao momento em que se perde o controle sobre o próprio corpo, quando ele passa a ser ocupado pela lembrança constante de alguém por quem nos apaixonamos”, completou a diretora, que assina o roteiro em colaboração com Silvia Lourenço.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=fP95l32d0xQ

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