Alto Risco

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O filme "Drive" vem ganhando a aura de "cult" por onde passa. Com direção de Nicolas Winding Refn, é protagonizado pelo ator Ryan Gosling (de "Tudo Pelo Poder") como um dublê de produções cinematográficas em Los Angeles durante o dia e motorista de fuga para assaltos à noite. Solitário, ele acaba se sentindo atraído pela vizinha, uma garçonete (Carrey Mulligan) que tem um filho. Ela é casada com um presidiário que está prestes a sair da cadeia. Esta trama de suspense levará a cenas de ação e lutas, não economizando em momentos de violência, que lembram o estilo de Tarantino.

O interessante neste filme não é propriamente a história, mas a forma de contá-la. Essa produção consegue trabalhar com elementos fortes de Hollywood, como as cenas de perseguições de carro, mas sob um novo ângulo. Em nenhum outro filme da safra recente se pode ver tão bem na tela a lição que se dá a roteiristas de primeira viagem: não são necessárias palavras se a imagem transmite tudo o que se quer dizer. E isso se vê em "Drive", em uma interpretação convincente de Gosling, um piloto lacônico que segue um código de ética próprio. Ele fala muito pouco, mas suas ações, olhares e atitudes expressam seu estado de espírito, meio-homem meio-máquina.

Com tão poucos diálogos, a trilha sonora assinada por Cliff Martinez (ex-baterista do Red Hot Chili Peppers) se torna essencial para criar a atmosfera certa em determinadas sequências, como a de um beijo em um elevador. O filme, que já criou uma legião de fãs por onde estreou, conta ainda com um bom time de coadjuvantes, como Albert Brooks e Ron Perlman como sócios de caráter duvidoso. É, enfim, um dos melhores filmes da temporada.

Por Adriana Androvandi

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