Belo mas não profundo
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O diretor australiano Baz Luhrmann não consegue se conter, exagerando no visual extremamente colorido e na trilha sonora - mesmo o filme se passando na segunda década do século passado, as festas, quase raves, são embaladas por música eletrônica, e Gatsby desfila de carro por Nova Iorque ao som de hip hop. Por mais que tente-se dar um ar moderninho para capturar uma audiência mais jovem, não cabe este estilo musical num filme de época. Em outras cenas, faltam detalhes para que os personagens não saiam cantando, como se estivessem num musical. Maior exemplo é a festa no apartamento da amante de Buchanan e testemunhada por Carraway.
Aliás, Tobey Maguire passa quase todo o filme com uma cara patética, como pensasse: "Ah, como deve ser legal ser rico". Carey Mulligan, por sua vez, não é mais do que uma bonequinha de luxo, pronta a desabar no choro. Patética é a cena em que é colocada na parede pelo marido e pelo amante. DiCaprio se sai melhor, mesmo que seu Gatsby seja um pouco aparvalhado. Enfim, "O Grande Gatsby" é bom para os olhos, devido a sua beleza visual, mas carece de profundidade.
Chico Izidro