Clássico atualizado

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benhureu

Quando William Wyler dirigiu  Charlton Heston e Jack Haekins em 1959, não imaginaria que 57 anos depois, o seu "Ben-Hur", que já havia sido filmado em 1925, ganharia nova versão, em 3D, tecnologógica e plasticamente atualizada. Na verdade, a primeira adaptação para o cinema foi em 1907 e seguiu-se a versão muda dirigida por Fred Niblo em 1925. Só 34 anos depois, surgiria a versão premiada do diretor William Wyler. Agora, chega às telas o "Ben-Hur" do diretor russo de origem cazaque Timur Bekmambetov, especializado em filmes  de fantasia e ação, como "Abraham Lincoln - O Caçador de Vampiros" e "O  Procurado". Nas duas horas do filme atual, o diretor optou por apresentar uma série de momentos temáticos, amparado pela sua experiência a frente das produções de ação e com ritmos impostos pelas próprias narrativas. Momentos de dramaticidade pessoal, entremeados por cenas de batalhas, até o ápice da ação, a esperada corrida das bigas. Claro está que, para além das bigas, a narrativa do clássico revisitado quer dialogar com um público além-bíblico. Contemporâneo, e que está mais acostumado com as histórias de heróis em quadrinhos ou de vilões multifacetados. Para tanto, abandona o desejo de suplantar sua versão anterior, que levou 11 prêmios Oscar, e se fixa na captura deste público, desde sua estréia  na República Tcheca e na Eslováquia no dia 11 de agosto, passando pelas Filipinas, até chegar por aqui, vai reunindo críticas das mais diversas.

Os 90 milhões de dólares gastos pela produção do estúdio Paramount, montaram a trama para colocar em cena, no papel do príncipe judeu Judah Ben-Hur (Charlton Heston em 1959), o ator britânico Jack Huston. Na outra ponta do "ringue das bigas" está o adversário de Ben-Hur, Messala Severo, encarnado por Toby Kebbell. Completa o contexto da trama a participação do ator brasileiro Rodrigo Santoro, um Jesus de Nazaré que permeia a narrativa principal de Ben-Hur,  com o cuidado de não ofuscar a personagem do judeu rico que vê a família sofrer por acusações injustas contra ele e seu clã.

A nova adaptação do romance de Lew Wallace,  escrito em 1880, sai do foco da vingança, presente no filme original, e opta pela mensagem de conciliação e tolerância, perdão e amizade. Bem atual, ao observar-se o contexto das relações mundiais. Trata-se daquele tipo de filme do qual a maioria dos espectadores já sabe o final, mas o que conta mesmo é como esta estória será contada.

O 3D já é uma beleza à parte. E presença do grande ator Morgan Freeman completa o quadro. O restante é encontro pessoal, passagens que remetem à Bíblia e outros encontros humanos, que poderiam em ser em qualquer época, incluindo os dias de hoje, e a relação com o seu vizinho. Só mudariam as bigas.

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