Clichê descendente
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O cinquentão dos cabelos grisalhos vive o advogado Matt King, que da noite para o dia vê a sua vida mudar drasticamente, após um acidente de lancha sofrido pela sua mulher. Os dois já não vinham se entendendo e ele era relapso com as duas filhas, a pequena Scottie e a adolescente Alexandra. Além disso, Matt está às voltas com uma questão familiar urgente. Descendentes dos primeiros imigrantes que chegaram as ilhas e dos nativos, que eram reis, Matt e seus primos devem, devido a uma lei, vender as terras de suas propriedades, ainda virgens. Com o dinheiro, ficarão mais ricos do que já são. Só que as terras estão sendo negociadas por um agente imobiliário que tinha uma ligação com sua mulher. Aí surge um tremendo conflito de interesse.
E "Os Descendentes" não passa disso. O clichê de um pai tendo de lidar com a rebeldia das filhas na impossibilidade da presença da mãe. E eles passeando pelo Hawai, numa jornada repetitiva e sem graça em busca do homem que se "infiltrou" na vida da família. A trama impede a choradeira, pois desde o começo sabemos que a esposa de Matt não sairá do coma e já havia deixado em seu testamento que desliguem os aparelhos que lhe manteriam viva em caso de um acidente grave. E com isso a personagem de Patti Hastie acaba não gerando empatia com o público.
Empatia que também não é obtida pelas chatinhas Shailene Woodley e Amara Miller, que interpretam as filhas de Clooney. Pior mesmo só Sid (Nick Krause), namorado idiota de Alexandra. O garoto é insuportável e péssimo ator, ainda mais quando foi destinado a ele fazer as partes cômicas de "Os Descendentes". Só Clooney se salva, por sua experiência, mas muito longe dos bons momentos dos últimos anos.
Por Chico Izidro