Diversão sideral

Diversão sideral

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Chega um momento em que o roteiro se torna fundamental, para salvar uma produção que pode se perder em tecnologias, astros cinematográficos e aventuras sem muito envolvimento e nem reflexão. "Elysium", do diretor Neil Blomkamp padece, entre outros, deste mal. Uma trama pouco criativa, revivendo luta de classes, com a sofisticação do sonho do espaço sideral e das mazelas do sofrimento de vida na Terra. A saber: o ano é 2159. O mundo é dividido entre dois grupos: o primeiro, riquíssimo, mora na estação espacial Elysium, enquanto o segundo, pobre, vive na Terra, repleta de pessoas e em grande decadência. Por um lado, a secretária do governo Rhodes (a novamente convincente Jodie Foster) faz de tudo para preservar o estilo de vida luxuoso de Elysium, por outro, um pobre cidadão da Terra (Matt Damon) tenta um plano ousado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas. E é isso. O estímulo brasileiro do filme é a presença dos astros Wagner Moura, como um caricato rebelde, rengo e barbudo, que tem uma moralidade gelatinosa; e a doce mas firme Alice Braga, no papel da médica latina, paixão de infância do personagem de Damon e que, enfermeira, tenta salvar a vida da filha. Os efeitos especiais são já vistos, mas agradam na composição do espetáculo diversional. Um passatempo cinematográfico. Nada mais, nada menos.

Por Marcos Santuario

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