Do palco ao cinema

Do palco ao cinema

Com direção de Francisco Garcia (o mesmo de "Cores"), a produção tenta transpor para a tela o clima e a ambiência do que foi vivido no palco

Marcos Santuario

Em cena a adaptação da obra homônima, que trata da amizade, do amor, da traição, da vida e da morte

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Quando um peça de teatro é adaptada para o cinema sempre há um risco dramático. Pode funcionar, ou não. Em "Borrasca", a tentativa doi feita novamente. Com direção de Francisco Garcia (o mesmo de "Cores"), a produção tenta transpor para a tela o clima e a ambiência do que foi vivido no palco. Nem sempre funciona. Ou melhor, pode funcionar para quem se entrega à obra que preza pelo teatral, deixando de lado possibilidades cinematográficas para colorir e, eventualmente, dinamizar a narrativa.

A trama é intimista: após a morte de um amigo, Gabriel e Diego (Mário Bortolotto e Eldo Mendes) conversam em meio a uma noite chuvosa. Aliás, a chuva é um ótimo protagonista na tela. Os três eram amigos em comum e passam a relembrar momentos que viveram juntos, mas apenas um deles vai ao enterro. O outro não para de lembrar que o falecido foi o pivô da traição de sua ex-mulher. O espectador é levado a visitar as memórias dos personagens, enquanto eles conversam, lembram do vivido e acabam por trazer questionamentos de suas vidas.

Adaptação da peça homônima de Mário Bortolotto se centra sim na amizade, no amor, na vida, na traição e e na morte. elementos fundamentais no universo humano. E vale como reflexão sobre estas temáticas tão pessoais quanto universais. "Borrasca" foi exibido no 13º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, e premiado nos festivais de Santa Maria da Feira 2016  e Cine PE 2017 (Melhor Ator - Eldo Mendes). 

 


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