Drama árduo

Drama árduo

publicidade

O filme "A Informante", dirigido por Larysa Kondracki, chegou diretamente em DVD em Porto Alegre, sem passar pelos cinemas. É uma pena, porque é um bom filme. Baseado em uma história real, traz a atriz Rachel Weisz como uma policial norte-americana, Kathy Bolkovac, que aceita trabalhar para as Nações Unidas como pacificadora na Bósnia, no período pós-guerra dos anos 90. Além de encontrar um país devastastado que aos poucos começa a se reconstruir, ela se depara com uma organização criminal surpreendente que realiza tráfico de mulheres. Enganando jovens com falsas promessas, os criminosos, após terem as mulheres sob seu poder, as mantém em cárcere privado e as drogam, além de obrigá-las à prostituição.

Kathy não apenas descobre o esquema, como observa que fazem parte dele policiais e até integrantes da própria ONU. Em um ambiente extremamente machista e opressivo, ela tem dificuldades de encontrar apoio por parte de seus colegas de trabalho e passa a correr perigo.

Rachel Weisz interpreta a policial com a firmeza necessária ao seu papel. A narrativa indica que Kathy foi silenciada por membros da própria ONU, que não queriam que o escândalo viesse à tona porque certamente iria manchar a imagem da organização. O filme conta com bons nomes no elenco coadjuvante, como Monica Bellucci (subaproveitada) e Vanessa Redgrave como mulheres de organizações humanitárias presentes na Bósnia e Davida Strathairn como um dos poucos homens em que a protagonista pode confiar naquele país.

É um filme um tanto árduo, porque apresenta, além de cenas indigestas que mostram ou sugerem violência sexual, a conclusão de que a realidade do tráfico de mulheres está longe de terminar. É um drama questionador que, talvez por não se adequar a um apelo comercial, não ganhou lançamento nos cinemas em várias praças. Mas traz uma história bem contada que serve de denúncia de uma grave situação social.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895