Drama descendente

Drama descendente

publicidade

George Clooney é o suporte dramático em "Descendente", adaptação do primeiro romance escrito por Kaui Hart Hemmings. Ele vive o milionário havaiano Matt King, que tem a esposa Elizabeth vitimada por acidente de barco que a deixa em coma. A partir do fato, o drama familiar se remonta ao universo do pai que nunca esteve presente na vivência de sua família. Suas duas filhas, uma pré-adolescente e outra adolescente, tornam-se o centro da vida do pai, que busca também entender os motivos de algumas opções tomadas pela esposa. Momentos cômicos dispensáveis não permitem um envolvimento mais intenso com a trama, que está longe de ser decpcionante. Mas poderia gerar ainda mais empatia com um personagem, comum, real, fragilizado, e que vai tomando corpo no decorrer da história. As atitudes de um homem que descobre segredos reveladores de fragilidades humanas, sociais e emocionais. Poderia ser uma lição de vida com mais densidade. Mas aí é que vem a escolha do diretor: com leveza, alguma sutilieza e com pitadas de humor, contar uma história que pode ser de qualquer um. Percebem-se algumas referências inteligentes e construtivas do universo dramático. No início da projeção, o questionamento sobre o que as pessoas pensam, como idealização, sobre viver num "paraíso imaginado", como o Havaí; o conceito de família arquipélago, em que cada um é uma pequena ilha, isolado num conjunto congregado; e a explícita tendência democrática de um povo que vota (com voto secreto e tudo) para escolher um comprador à terras dos seus ancestrais. Filmado em "Honolulu" e em  "Kaua"i", no Havaí, a produção tem mesmo imagens lindas de uma região até então pouco conhecida por este foco, que, em quase nada lembra os seriados televisivos de décadas passadas. O filme concorre ao Oscar nas categorias Melhor Filme,. Ator e Diretor. Vale conferir. Antes da noite de premiação.

Por Marcos Santuario

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895