Drama nacional

Drama nacional

publicidade



O título aqui não é para desmerecer o que o diretor André Ristum tentou fazer no longa "Meu País". É para atrair a um olhar do cinema nacional contemporÂneo. Obervei que, ao gradecer os prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator, na recente edição do Festival de Brasília, André Ristum e Rodrigo Santoro dedicaram a vitória, e o filme, aos seus respectivos países. Com sensibilidade emocionaram o público no Cine Brasília, arrancando aplausos efusivos, e saíram premiados e aliviados do evento. A produção "Meu País" é, verdadeiramente, um filme sobre o afeto. Do homem pelo seu país; do filho pelo seu pai; do irmão pelo seu irmão. Ristum colocou em cena os encontros e desencontros de Marcos (Rodrigo Santoro), brasileiro, filho de Armando (Paulo José), que decidiu deixar seu país após a morte da mãe. Partiu para Roma, onde reconstruiu sua vida. Anos depois, com a morte do pai, Marcos tem que voltar ao seu país de origem, à sua casa de nascimento, e aos seus irmãos. Da noite para o dia, Marcos tem de enfrentar não só o luto e o passado que deixou para trás, mas também encarar o futuro que o espera.

Produção dos competentes negociadores da Gullane e Sombumbo Filmes ("As Melhores Coisas do Mundo" e "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias"), com distribuição da Imovision, "Meu País" aposta também num elenco internacional, para tratar de trama que pode ser universal no contexto do mundo de hoje. No casting brasileiro, estão Rodrigo Santoro (Marcos), Cauã Reymond (Tiago), Debora Falabella (Manuela), Paulo José (Armando), Eduardo Semerjian e Luciano Chirolli. Já o elenco italiano tem nomes como Anita Caprioli (Giulia), Norman Mozzato (Giorgio) e Nicola Siri. O roteiro que, em alguns momentos, não se mostra forte o suficiente para cativar atenções e tensões, foi escrito por Ristum em parceria com Marco Dutra e Octavio Scopelliti. Vale viajar com tramas e personagens entre Brasil e Itália, mas sem esperar muito envolvimento afetivo com locações e ares. Ristum começou a rodar o longa "Meu País" no Brasil no final de 2009 e terminou, na Itália, ano passado. Há algo na trama que expõem um drama fragilizado por sua falta de real profundidade. Rodrigo Santoro vive um papel importante mas que sufoca sua própria possibilidade de mostrar o mesmo talento que transborda na tela no longa "Heleno", que estreia o ano vem por aqui.

Por Marcos santuario

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895