Fácil ao agradar

Fácil ao agradar

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lalalandSempre escutei as pessoas falarem mal de musicais. Então passava longe. Até que um dia estava em casa, acamado, e numa era pré-TV a cabo, era obrigado a engolir tudo que passava na Sessão da Tarde e naquele dia foi anunciado "Cantando na Chuva". Pensei, p..., o que será de mim? Mas de graça, vamos lá. Bem, quando acabou o filme eu estava maravilhado, de boca aberta. Depois vieram "A Noviça Rebelde", "Sete Noivas para Sete Irmãos", "Marujos do Amor", entre outros, até o melhor de todos, "Um Violinista no Telhado".


Então o estilo sofreu uma queda nos últimos anos, apesar de "Chicago", "Encantada",

"Mama Mia", "Os Miseráveis" e as animações da Disney. Até que agora chega "La La Land – Cantando Estações", de Damien Chazelle, que de certa forma recupera aquele clima dos anos 1940/50. As canções e a trama mostram um passado quase ingênuo de Hollywood, que costuma devorar muitos daqueles que vão em busca da fama e riqueza.


Ao longo de quatro estações do ano, e muitos deles, acompanhamos os encontros e desencontros do casal Mia (Emma Stone) e Sebastian (Ryan Gosling). Ela trabalha em uma lanchonete no interior de um estúdio cinematográfico e sonha em ser atriz, fazendo vários testes, que nunca acabam bem. E ele é um pianista que ama jazz e quer abrir um bar temático, enquanto é despedido de outros por querer tocar músicas de seu agrado e não dos donos dos locais, e vai sobrevivendo como músico de aluguel - numa divertida passagem, Sebastian aparece numa festa vestido de new wave, tocando sucessos oitentistas, como "I Ran", do Flock of Seaguls.


A abertura é outro primor, com um longo plano sequência acompanhamos vários dançarinos numa das principais vias de acesso a Los Angeles, a cidade devoradora de sonhos. E logo, logo, somos apresentados ao par principal, que mostra uma química fantástica. Enfim, um casal simpático e que passará por vários desentendimentos e entendimentos durante o musical, que agradará facilmente.

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