Falta Elã

Falta Elã

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Nem todo filme brasileiro deve ser condenado. Nem todo filme brasileiro deve ser endeusado. Aqui tem um filme brasileiro que pode ser assistido. E ponto. “NÃO DEVORE MEU CORAÇÃO!”, que tem o atrativo, para o público que busca rostos ou corpos conhecidos, da atuação do ator Cauã Reymond, é dirigido por Felipe Bragança, realizador carioca que já dirigiu "Heleno" e roteirizou "Praia do Futuro". No primeiro conseguiu aproveitar o talento de Rodrigo Santoro para contar algo da vida do jogador de futebol que encantou e também assombrou os campos de futebol e de vida, entre Brasil e Argentina. No segundo, colocou em cena o grande Wagner Moura, para outra experiência estética e narrativa, com ousadia e talento.

Em "Não Devore Meu Coração" o mesmo Bragança faz um experimento binacional, trazendo para a tela uma relação que une pessoas entre fronteiras de geografia, moralidades e éticas.  Com participação especial de Ney Matogrosso, o elenco do filme também inclui os nomes de Cláudia Assunção (“Hoje”) e Leopoldo Pacheco (novela “Velho Chico”). Na trama central, Joca, um menino brasileiro de 13 anos, e Basano La Tatuada, uma menina indígena paraguaia, vivem na fronteira entre os dois países. O garoto tem paixão pela menina, e trata de  fazer de tudo para que a menina entre neste romance. No meio disso tudo, surgem as violentas memórias da Guerra do Paraguai e os segredos de seu irmão mais velho, Fernando (vivido pelo motociclista Cauã Reymond), na pele de uma espécie de garoto do campo, envolvido com uma gangue de motociclistas da região.

Uma fotografia sem brilho e uma narrativa apagada. Nem o brilho do astro global serve para encantar. Difícil de criar empatia com personagens e com uma estória que flerta com algo de uma história pouco conhecida ou revelada. Falta elã.

 

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