Fantasticamente Chato

Fantasticamente Chato

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O roteirista e agora diretor Akiva Goldsman tentou trazer ao seu filme "Um Conto do Destino" o realismo fantástico, gênero tão comum na literatura sul-americana, principalmente nas obra de Gabriel Garcia Marquez, Julio Cortázar e Jorge Luis Borges. Porém sua tentativa derrapa fragorosamente.  O filme é baseado em livro homônimo lançado em 1983 pelo escritor e jornalista Mark Helprin. E se mostra uma xaropada impar na história do  ladrão filho de imigrantes irlandeses, Peter Lake (Colin Farrell), que  certa noite invernal invade uma mansão em Nova Iorque, e conhece e se  apaixona pela filha do dono da casa, Beverly Penn (Jessica Brown Findlay).  Apesar das diferenças sociais da época - o romance se passa nos anos 10 do  século XX, eles engatam um relacionamento, mesmo a garota tendo os dias
contados por ter tuberculose - à época doença praticamente incurável. Bem,  antecipo que o romance não prospera e Peter passa os 100 anos seguintes vagando sem memória por Nova Iorque, sempre fugindo de um demônio vivido por Russell Crowe. E Peter não envelhece nunca, e ainda tem a ajuda de um cavalo alado.
"Um Conto do Destino" se mostra chato ao longo de suas mais de duas horas,  e apesar de apelar para o realismo fantástico, principalmente nas figuras do cavalo alado e dos demônios - Crowe é um demônio seguindo as ordes de  Lucifer, nada mais, nada menos do que Will Smith, é de uma incoerência gritante. As atuações, ainda por cima, são fracas, principalmente da chatinha e insossa Jessica Brown Findlay, e também Jennifer Connely, que passa o tempo todo fazendo cara de espanto.

Chico Izidro

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