Ficção e realidade

Ficção e realidade

publicidade



Há cerca de um mês escrevi sobre o filme "Colette", sobre a escritora francesa explorada pelo marido, que se tornou famoso utilizando o trabalho dela. História real. Pois agora a ficção bate forte em "A Esposa" (The Wife), direção de Björn Runge, e com atuação excepcional de Glenn Close, que dispensa apresentação. A atriz de "Atração Fatal" vive a tal esposa do título, Joan Castleman, casada com o renomado escritor Joe Castleman (Jonathan Pryce). E então chega a notícia de que ele acaba de ganhar o Nobel da Literatura. Todos os holofotes para Joe, o gênio da família, o mestre das palavras. Ao lado do filho David (Max Irons), aspirante a escritor, o casal parte para Estocolmo, para que Joe recebe as homenagens.

Mas eis que surge a figura do jornalista Nathaniel Bone (Christian Slater), que pretende descobrir o que acredita ser um segredo guardado a sete chaves: o verdadeiro autor das obras de Joe não seria ele, mas sim Joan, que desde sempre escreveu os romances do marido, que queria a fama, mas sofria de um tremendo bloqueio criativo. Sempre reservada, Joan aos poucos vai vendo que aquilo preparado para Joe poderia ser vivido por ela. O roteiro não mostra de primeira quem é o verdadeiro escritor da família, se tudo não passa de delírio do jornalista - aos poucos a verdade vai sendo mostrada, em forma de flash-back. "A Esposa" mostra como para manter a unidade familiar e até mesmo o machismo vigente, uma pessoa pode abrir mão de seus sonhos, para dar a felicidade a outra. Uma realidade constante.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895