Futuro diferente

Futuro diferente

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Há  filmes que cumprem o papel de encantar e manter seus fâs atentos e em constante debate ardente. "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido"  ("X-Men: Days of Future Past")  é um deles. O encontro de gerações de mutantes, da trilogia estrelada por Hugh Jackman com a geração apresentada em "X-Men - Primeira Classe", surge nas telas como promessa de ampliar ainda mais as discussões sobre fidelidade ou criação, no que se refere à adaptação dos quadrinhos de Chris Claremont e desenhado por John Byrne. Também coloca em cena a reflexão sobre as diferenças (possível perceber uma sutil alusão aos traços que compõem o logotipo da "empresa-vilã" na história), no confronto entre os humanos e os mutantes, que se dilata pelas temporalidades do filme. O novo projeto cinematográfico esboça os traços de um futuro em que os mutantes são mantidos em campos de concentração. O início do filme, em um futuro sombrio e explosivo torna os primeiros momentos do filme um deleite para os amantes da ação e dos efeitos especiais. Logo, o espectador é transportado para a essência da trama: o futuro que visita o passado para remodelar o possível presente. Confuso? Relaxe. A direção de Bryan Singer trata de dar forma a um roteiro intenso mas compreensível, que necessita sim do envolvimento de quem está nas poltronas dos cinemas, disposto a mergulhar nas duas horas da história. Para isso vem a trama: Kitty Pride, vivida por Elen Page, uma das poucas remanescentes dos X-Men vivos,  conecta os mutantes com o passado, para tratar de alterar o curso de eventos que podem ser apocalípticos para eles. A história de "Days of Future Past" foi publicada nos EUA em 1981, em Uncanny X-Men #141-142, e no Brasil - com o título "X-Men - Dias de um Futuro Esquecido" - em Superaventuras Marvel 4546 (editora Abril) e Marvel 40 Anos no Brasil (editora Panini). Na tela, quem assume o compromisso de voltar ao passado para alterar a história é  Wolverine, ainda sem a metalização interna do corpo, e tendo que encontrar paciência e equilíbrio para convencer àqueles que encontra sobre o teor de sua missão. Daí em diante, muitas cenas de ação, com a base dos efeitos especiais necessários para criar os anos de 1970, em que se dá a discussão sobre a aprovação dos Sentinelas, robôs  projetados pelo cientista Bolivar Trask (Peter Dicklage, que vive o anão Tyrion Lannister, de “Games of Thrones”), que podem alcançar a tecnologia mutante e absorver as características de seus oponentes. Os fãs da série devem discutir se Singer deixou de lado preciosismos de continuidade da produção anterior e das outras, para voltar a dar seu "toque pessoal" à saga dos mutantes. Mas no final, os aplausos são inevitáveis. E, é claro, fique até o final dos créditos, que tem surpresa por lá. Como de costume.

Marcos Santuario

 

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