Homem e "tecnoemoção"

Homem e "tecnoemoção"

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Você pode até se emocionar ao ver  “Steve Jobs”, do roteirista (vencedor do Oscar) Aaron Sorkin e do diretor Danny Boyle (Oscar pelo filme "Quem Quer Ser um Milionário?"). A produção está centrada não somente na tecnologia e suas benesses, mas em uma reconstrução imaginária, com muitos diálogos, sobre as questões mais pessoais da vida do empresário americano que fundou a Apple, criou o "Macintosh", o "iPod", o "iPhone" e o "iPad". E a contribuição de Steve Jobs não foi pouca. A Apple realmente revolucionou a indústria de computadores pessoais, os filmes de animação, o mundo da música e dos telefones celulares. Mas em  “Steve Jobs”, vivido pelo  teuto-irlandês Michael Fassbender, o tempo da narrativa recai sobre a relação do criador com seus amigos, seus parceiros de garagem criativa, e sobretudo quatro de seus relacionamentos principais. O primeiro com a chefe de marketing da Apple, Joanna Hoffman (vivida por Kate Winslet)  com o cofundador da Apple Steve Wozniak (encarnado pelo talento de Seth Rogen), com o diretor-executivo da empresa, John Sculley (um Jeff Daniels sempre parecido ao apresentador de TV do seriado "NewsRoom") e com a filha mais velha de Jobs, Lisa (a brasileira Perla Haney-Jardine). A música que acompanha a trama da o ritmo das enérgicas decisões e dos momentos de angústia do personagem-homem-pai-empresário. O andamento dado pelo compositor inglês Daniel Pemberton, pontua a trama emocional, repleta de encontros humanos sem idealizar, vilanizar ou criar um perfil heroico para Jobs. Enquadramentos deslocados do eixo e lembranças do personagem principal que se utilizam da tecnologia  para estabelecer a relação com o onírico dão qualidade à narrativa. No final, alguns momentos marcantes deste norteamericano nascido em São Francisco, Califórnia, no dia 24 de fevereiro de 1955, devem ficar na memória dos espectadores. Revela-se na tela também momento em que Jobs mostra ter se apresentado ao pai que o gerou, o sírio Abdulfattah Jandali.

O tema de sua adoção pelo casal de advogados Paul e Carla Jobs também vem a tona com força afetiva, em meio a uma avalanche de ideias e impulsos do sempre atento e criativo Steve Jobs.

Filme humano, ainda que contextualizado no universo da tecnologia.

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