"I Wanna Dance with Somebody: A História de Whitney Houston"
Cinebiografia aborda os primeiros passos de sucesso da cantora nos anos 1980 até sua trágica morte, ocorrida em 2012
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Nas recentes cinebiografias de artistas da música como "Bohemian Rapsody" sobre o Queen, "Rocket Man", sobre Elton John, ou "Elvis", contando a vida do Rei do Rock, pude opinar com tranquilidade, pois sempre acompanhei a trajetória deles, podendo verificar o que de certo e errado foi registrado nos filmes.
Mas em "I Wanna Dance with Somebody: A História de Whitney Houston", direção de Kasi Lemmons, me sinto como Glória Pires naquela famosa transmissão do Oscar: "Não tenho capacidade de opinar", já que desconheço quase tudo da vida da famosa cantora, para mim famosa por causa do filme "O Guarda-Costas", de 1992, com Kevin Costner, e de sua grudenta música "I Will Always Love You". A obra cinebiográfica leva o título de uma das canções mais famosa da artista, “I Wanna Dance With Somebody”, lançada em 1987, e que a fez ganhar o segundo Grammy naquele ano.
Nas mais de duas horas do filme, o espectador pode acompanhar a trajetória da cantora, desde a sua adolescência nos anos 1980 até a sua morte, em 2012, afogada numa banheira em um hotel em Beverly Hills, Los Angeles, após uma overdose. E como costuma acontecer com outros filmes do gênero, muitos acontecimentos da vida e carreira de Whitney Houston (interpretada com perfeição, menos na parte das canções, por Naomi Ackie).
Whitney começou como cantora em um coral em Nova Jersey, e foi contratada pelo produtor musical Clive Davis (vivido por Stanley Tucci). A vida da musa tinha seus percalços, como sua suposta bissexualidade, seu tumultuado casamento com o rapper Bobby Brown (Ashton Sanders), e a manipulação do pai, que drenou toda a fortuna obtida por ela durante a carreira de mais de 20 anos.
Whitney Houston é considerada a maior vocalista feminina de Rhythm and Blues de todos os tempos, ganhando o apelido de “The Voice” (A Voz). Mas apesar de o filme trazer uma história real e uma trilha sonora de arrepiar, o roteiro deixa a desejar, pois não escapa dos clichês, e algumas atuações seguem no piloto automático – não é o caso de Naomi Ackie, muito diferente fisicamente da personagem retratada, mas atuando com vontade e tesão.