"John Wick 4 - Baba Yaga"

"John Wick 4 - Baba Yaga"

Saga do assassino de aluguel vivido por Keanu Reeves chega ao seu capítulo final

Adriana Androvandi

Keanu Reeves (C) interpreta pela última vez o assassino de aluguel John Wick, que tem a cabeça colocada a prêmio

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Eu queria ter gostado do filme "John Wick 4 - Baba Yaga", dirigido por Chad Stahelski. Afinal, o personagem principal interpretado por Keanu Reeves consegue a empatia do espectador desde o primeiro filme da saga (John Wick - De Volta ao Jogo, de 2014), quando era um assassino aposentado que só queria sossego. Reagiu após membros da máfia russa roubarem seu carro e mataram seu cachorro. Após ser provocado, ele começou uma intriga internacional com a Alta Cúpula da organização criminosa de que fez parte. Desde então o personagem está preso a um sistema que deseja exterminá-lo por ter quebrado suas regras; seu desejo agora é se livrar de toda e qualquer "dívida" com este grupo. E assim ele começa e termina este quarto filme: lutando, correndo, apanhando, atirando e matando dezenas de assassinos profissionais. Mas a pancadaria se torna excessiva, infelizmente.
Apesar das insanas batalhas, há méritos que não podem ser desconsiderdos. Um deles é o elenco. Ian McShane continua convencendo como um mafioso ardiloso e tranquilo, dono do hotel Continental em Nova Iorque, um dos pontos "sagrados" da organização ilegal. Laurence Fishburne como Bowery King desta vez aparece como um coadjuvante de luxo. O norte-americano Lance Reedick, que morreu em 17 de março, faz sua derradeira participação. Ele foi homenageado por Keanu Reeves e demais colegas nas pré-estreias do longa-metragem.
As novidades contam com nomes de peso do cinema oriental: o ator chinês Donnie Yen, especialista em artes marciais que vive o assassino cego Caine; e o japonês Hiroyuki Sanada, que lidera a equipe do hotel Continental de Osaka, e sua filha Akira (Rina Sawayama), tendo um pequeno exército de homens que são armados com arcos e flechas e catanas.
Outro rosto novo em cena é o do mercenário "ninguém" (Shamier Anderson) e seu cão. As cenas com o pastor alemão estão entre as poucas que trazem algum humor e leveza em meio à truculência de todo o filme.
O sueco Bill Skarsgård, que já encarnou o palhaço assassino Pennywise em "It", novamente ganha a missão de vilão. Agora como um dândi, ele é um marquês que ganha poderes da Alta Cúpula e não mede esforços e recursos para matar John Wick.
As sequências de luta em um filme de ação como este fazem parte do jogo. Algumas são brilhantemente coreografadas, em destaque uma que é filmada de cima quando o protagonista é perseguido dentro de um prédio vazio em Paris e consegue acertar a mira de sua arma nos oponentes que estão do outro lado das paredes. Com exceção de poucas cenas em que os personagens conseguem conversar (seja em igrejas ou em locais chiques porém com negociações tensas), as lutas corpo a corpo se tornam cansativas por estarem em demasia no roteiro. As sequências nas escadarias rumo à Basílica de Sacré-Coeur chegam a ser um acinte ao espectador. Mesmo em um filme de fantasia é preciso manter a verossimilhança. Infelizmente "John Wick 4 - Baba Yaga" se perde no roteiro.

 

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Ijo1NPtwq3g

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