Leve as palavras, carregue a dor

Leve as palavras, carregue a dor

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O universo da criação, das palavras, do texto, da ansiedade criativa e das pressões pelo sucesso. Esta é uma importante parte da temática que envolve a dinâmica de "As Palavras", filme dirigido pela dupla Brian Klugman e Lee Sternthal, e que tem Jeremy Irons, Dennis Quaid, Olivia Wilde, Bradley Cooper e Zoe Saldana. Os diretores já trabalharam juntos antes, na criação do argumento do ficcional "Tron", de 2010. Em "As Palavras" criam uma sobreposição de histórias, uma mais interessante e atrativa que a outra. Constróem uma narrativa não linear, que sintoniza bem com a própria essência do processo criativo do universo literário. Mas a temática central propõe uma análise individual sobre a cópia, o plágio consciente, o desejo de agradar e o prazer do sucesso social. Sem cair no peso da autoanálise ou da elaboração intelectual muito carregada, "As Palavras" delicia como espetáculo cinematográfico com conteúdo, leveza e sutileza analítica.  Acabamos embarcando na vida de Rory Jansen (Cooper), casado com a parceiríssima Dora (Zoe), e que acaba trabalhando em uma editora de livros. Mas esta história é contada pelo personagem de Quaid, enquanto faz a leitura pública de seu novo livro. A sobreposição de vidas e de acontecimentos mostra a qualidade do roteiro e conta com o talento das atuações. Um filme feito na medida para quem transita ou se interessa pelo universo da criação. E para quem não.

Por Marcos Santuario

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