"MARTE UM"

"MARTE UM"

Trama é ambientada em Belo Horizonte no final de 2018, pouco depois da eleição de Jair Bolsonaro à presidência

Chico Izidro

Deivid (Cícero Lucas) é um garoto que tem como grande objetivo ser astrofísico, e participar de uma missão que irá a Marte em 2030

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MARTE UM" é o segundo longa do cineasta Gabriel Martins, e tem, como um de seus temas centrais, a realização de um sonho infantil. A trama mostra o cotidiano de uma família pobre, que vive na periferia de Belo Horizonte, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

O personagem Deivid (Cícero Lucas), é um garoto, caçula da família Martins, que tem como grande objetivo na vida ser astrofísico, e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho, o tal projeto Marte Um.

Porém seu pai, Wellington (Carlos Francisco, de “Bacurau, é porteiro em um condomínio de classe alta, e frequentador de sessões do AA (Alcóolicos Anônimos) tem outros planos para o menino, que é o de ser jogador de futebol, de preferência defendendo as cores do Cruzeiro, da qual é torcedor fanático - em uma cena emblemática, Wellington discute com a mulher sobre cortar gastos, e ela sugere a TV a cabo, e ele: "mas nem pensar, e os meus jogos do Cruzeiro? Não", determina.

Já a mulher, Tércia (Rejane Faria, da série “Segunda Chamada”) que, depois um incidente envolvendo uma pegadinha de televisão, daquelas tipo apresentadas no programa do Silvio Santos, ficou traumatizada e acredita que está sofrendo de uma maldição. Por fim, a filha mais velha é Eunice (Camilla Damião), que pretende se mudar para um apartamento com sua namorada (Ana Hilário), mas não tem coragem de contar aos pais.

"Marte Um" tem como pano de fundo os primeiros momentos do governo de Jair Bolsonaro, e traz a desesperança nos olhos da família negra retratada na história. O filme não tem um enfoque abertamente político, mas só por se passar no Brasil de hoje, por trazer estes personagens, se transforma em uma obra política. É também um filme muito humano, e que no findado Festival de Gramado, em sua 50ª edição, obrteve quatro Kikitos: prêmio especial do júri, melhor roteiro (também escrito por Gabriel Martins), trilha (para Daniel Simitan) e filme pelo júri popular.

 

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