Melhor ver em segredo

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"Entre Segredos e Mentiras" é o tipo de filme difícil para o crítico. Não por sua temática, nem por sua estética e tratamento cinematográficos. É difícil por que, para ser realmente saboreado, quanto menos informações o cinéfilo tiver sobre a trama, melhor. O impacto das revelações, no filme dirigido por Andrew Jarecki, (conhecido pelo documentário "Na Captura dos Friedmans", de 2003), é o que dá combustível para a viagem na trama. Baseado em fatos reais, a trama que envolve o filho de um empresário do ramo imobiliário de Nova York e seu turbulento relacionamento com uma jovem que não admite ser aprisionada pelo casamento, abre-se tal qual janela repleta de possíveis apreciações. O roteiro mostra o talento de revelar, aos poucos, a intensidade de uma trama, que deixa, inclusive, a história de amor que marca o início do filme, em plano inferior no desenvolvimento do filme.  Na tela, David Marks (vivido por Ryan Gosling) vive o espírito libertário dos anos 1970 e hesita em assumir um papel mais ativo na empresa do pai, Sanford Marks (com o talentoso Frank Langella). David conhece Katie (Kirsten Dunst), que mora num desses apartamentos baratos de seu pai, e que surge como elemento detonador de conflitos que habitam o interior da família poderosa.  A tensão entre os dois personagens passa a conduzir a trama, num clima de desconfiança mútua. O papel feminino vivido por Kirsten Dunst marcou a volta à cena da atriz, que tinha acabado de superar um período de depressão na vida real. Talve tenha sido elemento fundamental para que ela vivesse com tanta intensidade a mulher nessa trama ao lado de Ryan Gosling. Filme para assistir sem pressa e sem preconceitos.

Por Marcos Santuario

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