Metáfora do isolamento

Metáfora do isolamento

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O diretor sueco  Rubens Ôstlund gosta de falar sobre as anestesias que impera nos seres humanos, como visto em “Força Maior”, que mostra a desintegração de uma família após um pai abandonar a família para proteger a si mesmo durante uma avalanche de neve. Agora, em "The Square - A Arte da Discórdia" (The Square), Östlund foca a vida de um curador de um museu em Estocolmo, Christian (Claes Bang, sósia de Pierce Brosnan), que vive em seu mundinho de ricos e privilegiados. Ele está promovendo uma exposição chamada exatamente The Square, ou O Quadrado, que consiste em grande quadrado pintado no chão, definido como um “santuário de confiança e cuidado, um espaço onde compartilhamos direitos e responsabilidades”. Ou seja, é uma metáfora de um mundo isolado, distante da realidade.


E as coisas começam a funcionar de forma estranha para Cristian, o fazendo sair de sua letargia, após ele perceber que foi vítima de um golpe e teve roubados seu celular e sua carteira. Com a ajuda de um funcionário, Christian consegue rastrear o celular, e para tentar recuperar os seus objetos, envia uma carta ameaçadora a todos os moradores de um edifício na periferia de Estocolmo, colocando todos sob suspeita.


Ele consegue reaver suas coisas, mas haverá consequências, quando um garoto do prédio aparece e pede para que ele se desculpe, já que seus pais leram a carta e consideram o menino responsável pelo roubo: "Ou você se desculpa ou vou transformar a sua vida num caos", ameaça o menino.


E a vida de Christian realmente muda, com ele começando aos poucos a notar que não vive num paraíso como achava. A Estocolmo de Östlund é multirracial, repleta de sujeira, mendigos e pedintes, tão longe daquela cidade que nos acostumamos a ver aqui no Brasil, que imaginamos a Suécia o paraíso social. Uma bela crítica.

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