Na medida da arte

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big jato

Até Federico Fellini ("Amarcord") tem uma relação com o tempo que também está em"Big Jato", o do diretor pernambucano Cláudio Assis.  No elenco destaque para Matheus Nachtergaele, esbanjando naturalidade e talento para viver dois personagens simultâneos. Assim o filme trás um ingrediente fundamental para a trama. Nachtergaele tenta se reinventar interpretando os irmãos Francisco e Nelson; o primeiro, um caminhoneiro bruto, com paixão pela cachaça, e o segundo, um radialista anarquista. Os dois, cada um à sua maneira, vão contribuir para o processo de amadurecimento do jovem Xico (Rafael Nicácio), filho de Francisco e sobrinho de Nelson, criado, como eles, sob o impacto dos acordes dos Betos, uma banda na moda Beatles, cujo hit é "Let It Lie".

Há um espaço narrativo imaginário e atemporal. A beleza da obra subverte a lógica do drama fácil e da dramaturgia preguiçosa. Diverte e faz pensar. O roteiro tem a colaboração de Hilton Lacerda, que já mostrou seu talento com "Tatuagem", vencedor do Festival de Cinema de Gramado e do Festival Internacional de Cinema de Punta del Este, no Uruguai.

Realidade e sonho se mesclam para contar uma história que parece simples, mas que na profundidade de sua narrativa pode levar a reflexões importantes sobre lealdade aos ideais, família, relacionamentos e até um pouco da realidade brasileira. Passado, presente e futuro. Mais uma obra do cinema brasileiro que deve ser vista com o coração aberto e os olhos atentos. Talento e personagens envolventes estão na tela.

 

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