Na tela e na Vida

Na tela e na Vida

publicidade

É difícil a certa altura da vida arranjar um namorado (a). Mais difícil ainda é manter um relacionamento. De forma irregular, várias histórias e personagens se cruzam no francês "A Arte de Amar", de Emmanuel Mouret. O foco principal fica na tímida Isabelle (Julie Depardieu), sem transar há mais de um ano, e com sua amiga Zoé (Pascale Arbillot) tentando quebrar a seca dela, nem que seja cedendo o próprio namorado. Há também o solteirão Achille (François Cluzet, de "Intocáveis"), querendo fisgar a chatinha e indecisa nova vizinha (Frédérique Bel), que recém separou-se. História que acaba ficando sem conclusão no emaranhado que se cria. Ou ainda a cinquentona Emmanuelle (Ariane Ascaride), que começa a desejar e ser desejada por outros homens, e por isso quer largar o marido.

Uma cena  resume bem o destino de muitos casais. Amélie (Judith Godrèche) chega em casa, e encontra o namorado Ludovic (Louis-Do de Lencquesaing), amuado, atirado no sofá. Ela tenta de tudo pata agradá-lo: "Vamos sair para jantar?"
"Não", ouve como resposta. Ela sugere um cafuné, massagem, um sanduíche. Nada anima o cara, que garante só ficar quieto em seu canto. Ela tenta uma última cartada e corre para o quarto, onde se despe e chama ele, que vai contrariado. Ao vê-la na cama, ele continua mostrando-se insatisfeito, e o telefone toca. Um amigo o convida para um choppinho. Ludovic sai correndo para encontrar o parceiro. "Ele precisa ser confortado".

O que vemos na tela também costumamos ver na vida real. Porém o modo como é contado, a falta de carisma de alguns personagens, apesar de bons diálogos, acabam por estragar o que nas mãos de alguém mais habilidoso, seria reflexivo e espetacular.

Por Chico Izidro

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895