"Noites Alienígenas"

"Noites Alienígenas"

Filme mostra a chegada do crime organizado em Rio Branco, capital do Acre, e como ele afeta os seus moradores

Chico Izidro

No centro da trama o jovem Rivelino (Gabriel Knoxx), que trabalha com Alê (Chico Diaz), o traficante mais antigo da localidade

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"Noites Alienígenas", dirigido por Sérgio de Carvalho, e roteiro dele, ao lado de Camilo Cavalcante e Rodolfo Minari, parte de um livro homônimo escrito pelo próprio diretor. No entanto, Carvalho deixa claro, livro e filme são coisas distintas. “A gente fez uma adaptação da linguagem literária para a linguagem cinematográfica em um outro ponto que é importante também colocar, porque tanto o livro quanto o filme falam de uma periferia amazônica”, esclareceu.
O filme acompanha um grupo de pessoas da periferia de Rio Branco, capital do Acre, e como a chegada do tráfico de drogas na região afetou as suas vidas. “Hoje essas organizações criminosas são muito presentes. A gente sentiu que isso também era importante. Era importante trazer para o presente e para o contemporâneo o roteiro, que, em cinco anos, entre o livro e o filme, mudou radicalmente. Ali é o cenário que a história se passa”, relata Carvalho.
No centro da trama o jovem Rivelino (Gabriel Knoxx), que trabalha com Alê (Chico Diaz), o traficante mais antigo da localidade, e que não aceita o modo como os novos traficantes agem com os jovens - eles são cooptados e acabam morrendo muito novos, ainda. E o nome do filme é relacionado e muito com Alê, que sonha na chegada de extraterrestres, que o levarão para o espaço.
Outros personagens fortes na história são a garota Sandra (Gleici Damasceno), namorada de Rivelino e mãe do filho do personagem indígena Paulo (interpretado por Adanilo) e que sendo viciado em drogas, é jurado de morte por causa das dívidas contraídas. Sua atuação talvez seja a mais forte de "Noites Alienígenas", mostrando o desespero de um viciado, que não consegue achar uma saída para seus problemas, culminando no roubo a casa de sua mãe - uma cena forte e angustiante.
O diretor destaca ainda que, ao situar a trama numa Amazônia urbana, o filme apresenta um lado da região pouco mostrado no cinema. “A gente conhece tão pouco e fala tão pouco dessa Amazônia urbana que também é completamente ligada à Amazônia das florestas, e que tem uma riqueza de culturas muito grande”, disse.
Trailer: https://youtu.be/5fd8ka-pPs0

 

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